A Venezuela chamou o embaixador do país na Espanha para consultas como parte do “processo de revisão integral” duas relações diplomáticas entre os países em consequência de declarações do presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, como informou nesta terça-feira (28/10) o Ministério das Relações Exteriores do país sul-americano.
Agência Efe
Jovens apoiadores de López grafitam rua pedindo liberdade ao opositor
O governo de Nicolás Maduro “decidiu chamar para consultas o embaixador da República Bolivariana da Venezuela credenciado no Reino da Espanha, a partir da presente data”, assinalou em um breve comunicado a chancelaria venezuelana. Na sexta-feira (24/10), o presidente já havia anunciado que tomaria a decisão.
De acordo com a nota, a decisão faz parte “do processo de revisão integral das relações diplomáticas com o Reino da Espanha, como consequência das declarações intervencionistas do chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy” sobre o sobre o caso do opositor venezuelano Leopoldo López, preso há oito meses pela suposta relação com um protesto antigovernamental que acabou em incidentes de violência no começo do ano.
NULL
NULL
O chefe do governo espanhol se reuniu com a esposa do opositor venezuelano, Lilian Tintori, a quem manifestou as preocupações dele e da União Europeia com relação às condições nas quais o julgamento de López possa ser feito, assim como a necessidade de respeitar a liberdade de expressão e o direito de manifestar-se pacificamente na Venezuela.
Maduro qualificou a atitude do presidente de Rajoy como um ato “hostil, de ingerência e de apoio aos grupos de extrema-direita que exercem a violência na Venezuela”. O mandatário acrescentou ainda que “temos que nos fazer respeitar, porque nos veem como menores. Rajoy acredita que ele é rei, ainda, e dono da América e que nós temos que obedecê-lo”.
Esta é a segunda vez desde que Maduro chegou à presidência que a Venezuela chama para consultas o embaixador na Espanha.
A mesma decisão foi adotada em abril de 2013 depois que o governo espanhol disse que tomava “nota” da vitória de Maduro no pleito de 14 de abril e defendeu uma apuração eleitoral.
A tensão se suavizou posteriormente com um encontro na capital espanhola entre os chanceleres de ambos países, mas se reavivou três meses depois, quando Maduro decidiu submeter a exame as relações com a Espanha após um incidente com o avião do presidente da Bolívia, Evo Morales, durante uma passagem pela Europa.