O parlamento da Guiné-Bissau confirmou neste sábado (3/4) que o primeiro-ministro do país, Carlos Gomes Junior, sequestrado por militares nesta semana, retomou o posto e continua à frente do gabinete.
O anúncio foi feito pelo próprio primeiro-ministro, após uma rodada de consultas com o presidente do país, Malam Bacai Sanhá, que liderou uma reunião ministerial sem Gomes Júnior, e se reuniu com as instituições do Estado, comandantes militares e o corpo diplomático.
O primeiro-ministro foi acompanhado desde casa até a sede da presidência pelo procurador-geral da República, Amine Michel Saad, e sob escolta militar.
Segundo a Agência de Notícias da Guiné-Bissau e a Rádio de Bissau, Gomes Júnior ficou um dia em prisão domiciliar, à qual foi submetido pelos militares que ontem o prenderam e exigiram sua renúncia.
“Não renunciarei porque fui eleito democraticamente”, disse o premiê após reunião com Sanhá.
O chefe do Estado-Maior das forças armadas do país, José Zamora Induta, que também foi sequestrado junto com Gomes Júnior, continua preso na base da força aérea.
A tentativa de golpe aconteceu na última quinta-feira e tinha como objetivo obrigar Gomes Júnior a renunciar ao cargo.
O presidente Sanhá, mesmo com aparentes divergências com o primeiro-ministro, aconselhou os militares a respeitarem a constituição e libertar Gomes Júnior.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, lançou um apelo para que a ordem das instituições fosse reposta na Guiné-Bissau e para que um Estado de Direito fosse restabelecido.
O presidente da Comissão da União Africana, Jean Ping, pediu aos guineenses que se “abstenham de quaisquer ações que desestabilizem o normal funcionamento das instituições democraticamente eleitas”.
Gomes Júnior, por sua vez, assegurou aos jornalistas que segue no cargo de primeiro-ministro, que a situação política agora é “estável” e que as instituições “voltarão à normalidade”.
*Com informações da agência Efe
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