A presidente sul-coreana Park Geun-hye condenou nesta segunda-feira (21/04) a conduta dos membros da tripulação que comandavam a balsa Sewol, que afundou na semana passada, e elevou a “assassinato” os erros da tripulação. “A conduta do capitão e alguns membros da tripulação é incompreensível”, disse, e classificou o fato como “uma espécie de assassinato que não pode nem deve ser tolerado”, durante uma reunião com altos oficiais do governo.
O pronunciamento foi feito após a transcrição do diálogo entre o navio e a torre de controle ser fornecido, apontando os graves erros cometidos durante o acidente. A balsa Sewol naufragou na quarta-feira passada (17/04), deixando mais de 300 mortos, a maioria estudantes de um colégio.
Agência Efe
Equipe de resgate trabalhando para remover os corpos dos desaparecidos que ainda estão dentro da balsa
Park ressaltou que os culpados deverão assumir a responsabilidade “penal e civil” por suas ações.
Os corpos estão sendo trazidos para fora da embarcação por equipes de mergulhadores. Até o momento 65 foram retirados, 237 pessoas permanecem desaparecidas. No domingo (20/04), grupos de parentes das vítimas fizeram duras acusações contra a forma como as autoridades estão conduzindo o resgate.
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Mulher reage ao encontrar o nome de parentes na lista oficial de mortos
As investigações focam em uma curva acentuada que a embarcação fez pouco antes de naufragar, o que teria desestabilizado o navio. Outro ponto é a demora do capitão em dar ordem de evacuação, caso tivesse feito antes, mais vidas poderiam ter sido salvas. Segundo o capitão do barco, Lee Joon-seok , a ordem não foi dada por medo de que os passageiros fossem arrastados pelas correntes marítimas.
Na transcrição entre o navio e a torre de controle, um dos membros da tripulação pergunta repetidamente se embarcações estariam a disposição para resgatar os passageiros, e se a evacuação foi ordenada.
Em um pronunciamento no sábado (19/04), os promotores confirmaram que o capitão não estava dirigindo a balsa no momento do acidente. A balsa estava sendo dirigida por um terceiro tripulante, que não tinha experiência em navegação naquelas águas.
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Após dar a ordem de evacuação, Lee abandonou o barco, sendo um dos primeiros a ser resgatado. Essa postura levou a sua detenção na sexta-feira (18/04). O capitão e dois membros da tripulação estão sendo acusados de negligência e da violação das leis marítimas. Outros quatro tripulantes, dois primeiros oficiais e um maquinista naval, receberam um mandato de prisão nesta segunda-feira (21/04), e são acusados de não conseguir proteger os passageiros.
A empresa dona da embarcação, Cheonghaejin Marine, suspendeu as três rotas que opera atualmente. Ela também será investigada para saber sobre sua responsabilidade em relação ao acidente.