O primeiro presidente de esquerda de El Salvador garante que seu governo não será de confrontação nem de revanchismo. É o que Mauricio Funes afirmou após vencer uma eleição marcada pela “campanha do medo” da oposição, que não evitou a saída da Arena (Aliança Republicana Nacionalista) do poder após 20 anos.
Depois de se proclamar vencedor das eleições de ontem (15), Funes, da FMLN (Frente Faribundo Marti para a Libertação Nacional) se comprometeu a trabalhar para construir um governo participativo, que promova a reconciliação da sociedade e forje um “futuro” melhor para todos os salvadorenhos.
“Esta é a noite mais feliz de toda a minha vida e quero também que seja a noite de maior esperança para El Salvador”, disse Funes, acompanhado de dirigentes de seu partido e da esposa, a brasileira Vanda Pignato.
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O presidente eleito assegurou que construirá um governo que contribua para um “espírito de unidade nacional”, deixando para trás a confrontação e o revanchismo. “É hora de avançar em direção ao futuro. Esta pátria pertence a todos os salvadorenhos”.
Durante a campanha, Funes apresentou propostas políticas moderadas e destacou que pretende manter boas relações com a iniciativa privada e com os Estados Unidos. Disse ser próximo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à presidente do Chile, Michelle Bachelet. Rejeitou a idéia de que o país se tornaria um fantoche da Venezuela, sugerida por Rodrigo Ávila, candidato derrotado pela Arena.
Apoio internacional
O porta-voz de Marcelo Funes, David Rivas, confirmou que Lula ligou para Funes para felicitá-lo e ofereceu colaboração, como havia feito nos outros encontros entre os dois, tanto em El Salvador quanto no Brasil.
Na véspera das eleições, o governo dos Estados Unidos reafirmou sua determinação de cooperar com o presidente que fosse eleito em El Salvador, contrariando a teoria da Arena.
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Amadurecimento
Para o analista político Ernesto Rivas Gallont, Funes ganhou as eleições porque sua mensagem penetrou na mente da população, vencendo a “campanha de medo” lançada contra ele. “O povo estava cansado dos 20 anos de governos da Arena. O eleitorado amadureceu”.
A FMLN perdeu três eleições presidenciais entre 1994 e 2004, após legalizar-se como partido político em 1993.
“Essa noite é de uma alegria imensa”, disse ao Opera Mundi Marta Quintanilla, simpatizante da FMLN, ao chegar à celebração que se prolongou madrugada adentro nas principais ruas da capital San Salvador.
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