O ex-presidente do Egito, Mohamed Mursi, deposto do cargo no começo de julho e detido pelas Forças Armadas desde então, vai responder na Justiça por ter conspirado com o Hamas a morte de soldados e por organizar sua própria fuga da prisão no começo de 2011 – ainda na época de Hosni Mubarak. A decisão do tribunal foi divulgada nesta sexta-feira (26/07) pela imprensa local.
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Até hoje, Mursi e outros membros da Irmandade Muçulmana estavam detidos em um local secreto do exército sem nenhuma acusação. Com a formalização da denúncia, o ex-presidente só será liberado da prisão depois que responder as acusações na Justiça.
Agência Efe
Manifestantes a favor de Mursi prometem protestar contra prisão de líder muçulmano
A Irmandade Muçulmana reagiu às acusações feitas contra Mursi, classificando-as como “ridículas”.“Não podem ser levadas a sério. As manifestações continuam a estar convocadas. Na verdade, acredito que que mais pessoas vão compreender o que este regime é na verdade um regresso ao velho estado da força bruta de Mubarak”, afirmou o porta-voz da Irmandade Muçulmana, Gehad El-Haddad.
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A divulgação das acusações contra Mursi vieram à tona no dia de mais uma rodada de grandes manifestações no Egito. Tanto pelos militares quanto os favoráveis à Irmandade Muçulmana convocaram os seus seguidores a saírem na rua para protestar. O temor da comunidade internacional é por mais cenas de violência nas ruas do país: desde o golpe de 3 de Julho, já morreram pelo menos 216 pessoas, nos confrontos entre opositores e apoiadores da destituição de Mursi.
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Mursi e outros líderes da Irmandade Muçulmana foram presos pelo regime de Mubarak durante a revolta popular de 2011, que acabou por levar à queda do então presidente. Mas conseguiu fugir da prisão, juntamente com militantes do Hamas – segundo relatou, com a ajuda da população. A agência Mena adianta que o juiz Hassan Samir já interrogou Mursi e o confrontou com provas.
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