Com 47% dos votos, o PRO (Proposta Republicana), partido do pré-candidato à Presidência da Argentina e chefe do governo da cidade de Buenos Aires, Mauricio Macri, consolidou-se como a principal força política da capital Buenos Aires nas eleições primárias realizadas neste domingo (26/04). A Frente para a Vitória, da presidente Cristina Kirchner, ficou em terceiro lugar, com pouco mais de 18% dos votos.
As PASO (Primárias Abertas Simultâneas Obrigatórias) escolheram os candidatos que representarão os partidos e alianças nas eleições regionais definitivas, que serão realizadas em 5 de julho, bem como os partidos que poderão se apresentar no pleito.
Agência Efe
Prefeito de Buenos Aires, Macri discursa junto a Larreta
Além da vantagem numérica sobre os outros dois oponentes principais, Macri também conseguiu que seu favorito, Horacio Rodríguez Larreta, se impusesse sobre a senadora Gabriela Michetti, que também concorria pelo Pro e era considerada favorita.
Em segundo lugar, ficou a Frente ECO, que obteve 22,2% dos votos e terá à frente da campanha Martín Lousteau. A FPV (Frente Para a Vitória), da presidente Cristina Fernández de Kirchner, teve 18,7% da preferência do eleitorado e sairá com o presidente da Aerolíneas Argentinas, Mariano Recalde.
Em discurso após conhecer o resultado, Larreta foi breve e ressaltou que sua candidatura aposta em “uma mensagem de mudança”. Pegando carona, Macri aproveitou para fazer agradecimentos e lançar algumas mensagens de sua própria campanha: “Esta transformação acabou de começar. É preciso levá-la a todo o país”, afirmou.
Recalde, por sua vez, disse que “a grande maioria dos portenhos querem que se construa uma alternativa que governe a cidade para todos, onde cada um viva no bairro integrado e que as favelas e assentamentos tenham fim”. O candidato da FPV disse ainda que vai trabalhar para disputar o segundo turno, que será realizado no dia 19 de julho.
Divulgação/ Facebook
Recalde durante campanha à prefeitura de Buenos Aires
“Os resultados sempre foram assim para o peronismo e nós temos que encontrar a melhor forma para alcançar outros objetivos. Pensamos que Mariano Recalde é um brilhante candidato para trilhar esse caminho e seguiremos trabalhando com força”, disse o chefe gabinete de Kirchner, Aníbal Fernández, durante a declaração diária que concede à imprensa ao negar que o resultado tenha sido uma derrota para o governo nacional. A cidade de Buenos Aires é governada desde 2007 por Macri e é um conhecido reduto anti-kirchnerista.
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Para as presidenciais, Macri conta com forte apoio do setor econômico e, de acordo com pesquisas de intenção de voto, disputa o primeiro lugar com o governista Daniel Scioli. O amplo respaldo popular aos seus candidatos nas primárias de Buenos Aires é visto por analistas como um forte impulso na corrida presidencial.
As Paso presidenciais serão realizadas em 9 de agosto e as eleições gerais em 25 de outubro. Se houver segundo turno, ele ocorrerá em 24 de novembro.
PASO
No total, disputaram 16 partidos e alianças, dos quais 11 ficaram inabilitados de concorrer. Dois partidos de esquerda conseguiram a quantidade mínima de votos para entrar na disputa: a FIT (Frente de Esquerda), que terá Myriam Bregman como candidata e a Autodeterminação e Liberdade, com Luis Zamora.
Houve também candidato que, mesmo com o apoio de aspirantes à presidência, não atingiram a quantidade mínima de votos necessários para concorrer ao governo local. Foi o caso do economista Guillermo Nielsen, que apoiado por Sergio Massa não chegou a alcançar 1%.