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Um tribunal egípcio ordenou nesta sexta-feira (13/09) que a prisão preventiva do presidente deposto Mohamed Mursi seja prolongada em mais 30 dias. Mursi foi detido pelo Exército em um lugar desconhecido depois de ter sido retirado do poder e é acusado de conspirar com o grupo islamita palestino Hamas.
O juiz do Tribunal de Apelações do Cairo, Hassan Samir, impôs a mesma medida para o ex-chefe do gabinete da Presidência de Mursi, Rifa’a al Tahtaui, informou a agência de notícias Mena. Ambos são acusados de assassinato de presos e oficiais de polícia, do sequestro de responsáveis de segurança, do assalto e incêndio da prisão de Wadi Natrun e de atacar instalações das forças de ordem.
Tahtaui, além disso, também enfrenta a acusação de filtrar importantes informações ao Hamas quando trabalhava no gabinete presidencial. Até agora, já existem 13 detidos pela mesma causa e o magistrado pediu a detenção de outros acusados.
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Já sobre Mursi pesam ainda outras ordens de prisão preventiva por supostamente ter insultado o Poder Judiciário e estar implicado na morte, detenção e tortura de cidadãos nos distúrbios de dezembro em frente ao palácio presidencial.
Por sua vez, o PLJ (Partido da Justiça e Liberdade), braço político da Irmandade Muçulmana, pediu que os seguidores do líder deposto voltassem a se manifestar nas ruas do Egito hoje e amanhã. Choques entre os partidários de Mursi e a polícia foram registrados em várias cidades, tendo deixado um morto em Alexandria e ao menos nove feridos em todo o país.
As manifestações desta sexta-feira tiveram como lema “Lealdade ao sangue dos mártires”. Segundo relatos da imprensa local, os manifestantes gritavam “Abaixo o poder militar”, contra o Exército que destituiu e prendeu Mursi.
Os grupos de protesto de hoje foram dispersados pela polícia com gás lacrimogêneo.