Cerca de 75 mil alunos do último ano do ensino secundário de Portugal, equivalente ao ensino médio no Brasil, devem fazer nesta segunda-feira (17/06) as provas de português do exame nacional aplicado pelo Ministério da Educação e da Ciência para avaliar a qualidade do ensino e para que os alunos possam ingressar na universidade.
A aplicação total das provas não está garantida, porém. Os professores portugueses da rede pública de todos os níveis de ensino, da pré-escola até o ensino superior, fazem greve geral e resistem às medidas de austeridade que o governo poderá adotar até setembro para diminuir os gastos públicos com educação.
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Diferentementedo Brasil, o ano letivo em Portugal começa no segundo semestre. Os professores lusitanos temem que, até lá, o governo português demita docentes, aumente a carga horária de 35 para 40 horas semanais, obriguem os professores a dar aulas em cidades diferentes e deixem milhares de docentes fora de sala de aula, em regime de mobilidade especial – o que pode obrigar a requalificação profissional, sem garantias de que os professores não serão despedidos no futuro.
O governo português tem como meta, até o próximo ano, demitir 30 mil servidores públicos. Como ocorre no Brasil, a área de educação (juntamente com a da saúde) é a que tem o maior número de funcionários no Estado. O governo português alega que é possível fazer cortes de pessoal na educação e agrupar escolas, pois é cada vez menor o número de crianças em idade escolar – a população de Portugal é uma das que mais envelhecem na Europa.
As duas federações nacionais de professores portugueses criticam o governo e reclamam da intransigência do Ministério da Educação e Ciência em aceitar a remarcação do exame para outra data. Segundo o ministério, seria prejudicial aos alunos reagendar os exames, além de oneroso refazer todas as providências para realizar as provas.
No final do dia, é esperado que haja um balanço da adesão dos professores à greve, e o que governo eventualmente estabeleça uma segunda data de avaliação para os alunos que não puderem fazer prova hoje.