O ex-presidente da Bolívia Evo Morales pediu neste sábado “punição” para os “autores e cúmplices” do golpe de Estado que forçou sua renúncia à Presidência, em novembro de 2019.
As declarações de Morales vêm após a ex-presidente autoproclamada Jeanine Áñez ser presa na madrugada deste sábado por sua participação no movimento golpista.
Áñez, que em 2019 era senadora, assumiu a Presidência após o golpe contra Evo, ordenou a repressão contra movimentos sociais e tentou adiar as eleições presidenciais em três ocasiões.
Pelo Twitter, Evo lembrou as vítimas e presos políticos do governo de Áñez, o qual classificou como uma “ditadura”.
“Por justiça e verdade para as 36 vítimas fatais, os mais de 800 feridos e mais de 1.500 detidos ilegalmente no golpe. Que os autores e cúmplices da ditadura que saqueou a economia e atacou a vida e a democracia na Bolívia sejam investigados e punidos”, disse o ex-presidente.
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Evo Morales lembrou das vítimas e dos presos políticos do governo de Áñez
Prisão de Áñez e de ex-ministros
A ex-presidente foi presa na madrugada deste sábado, acusada pelos crimes de terrorismo, conspiração e sedição devido aos eventos que levaram à saída de Evo.
O pedido de prisão de Áñez havia sido emitido nesta sexta-feira (12/03), quando o MP entendeu que havia risco de “fuga ou obstrução”.
Além da ex-mandatária, os ex-ministros de seu governo Yerko Núñez, Arturo Murillo, Álvaro Coímbra, Luis Fernando López e Rodrigo Guzmán também foram alvos de pedidos de prisão. Coímbra, ex-ministro da Justiça, e Guzmán, ex-ministro de Energia, foram detidos nesta sexta-feira.
O processo que atinge as lideranças do governo golpista que se instaurou após novembro de 2019 foi aberto em novembro de 2020 pela ex-deputada Lídia Patty, do Movimento ao Socialismo (MAS), partido de Morales e do atual presidente boliviano, Luis Arce, e tem como principais réus o político de extrema direita Luís Fernando Camacho e seu pai, José Luís Camacho, pelo envolvimento de ambos no golpe de 2019. Ainda não há ordem de prisão contra eles.