No dia em que a ocupação militar internacional no Iraque liderada pelos EUA completam dez anos, o grupo Estado Islâmico do Iraque, vinculado à rede terrorista Al Qaeda, assumiu nesta quarta-feira (20/03) a autoria dos atentados que deixaram cerca de 60 mortos e mais de 180 feridos um dia antes em Bagdá e outras áreas do país.
Em comunicado postado em um site usado habitualmente por grupos islamicos, o grupo advertiu que os ataques de ontem são “a primeira etapa de uma chuva” de atentados como vingança pelas execuções de sunitas.
O texto explicou que os ataques ocorreram em represália pelas recentes declarações do ministro da Justiça, Hassan Al Shemari, que assegurou que “acelerará as execuções” de detidos sunitas, segundo a nota, cuja autenticidade não pôde ser comprovada.
A organização antecipou que outros atentados serão perpetrados em breve em Bagdá e outras cidades.
O Iraque lembra hoje o décimo aniversário da invasão norte-americana para derrubar o regime de Saddam Hussein, sob a justificativa de que o ditador possuía armas de destruição em massa – o que se provou ser falso nos anos seguintes. No entanto, o país árabe se encontra longe da democracia, imerso em violência e numa grave crise política.
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Os atentados, especialmente contra as forças de segurança e a população xiita, aumentaram no país desde a retirada das tropas norte-americanas, em 18 de dezembro de 2011.
Na cena política, o Iraque vive uma crise originada pelos protestos em províncias de maioria sunita como Al Anbar, Ninawa e Salah ad Din.
Os sunitas, minoria da população, que gozaram de privilégios durante o regime de Saddam, se queixam agora que são discriminados pelo governo do primeiro-ministro xiita Nouri al Maliki.
Entre as exigências dos manifestantes estão a libertação de presos, a correção do processo político, uma emenda na lei antiterrorista e a obtenção de um equilíbrio das instituições do Estado.