Uma rebelião de detentos numa penitenciária na periferia de Maputo terminou com um preso morto em meio à confusão que reinou durante três dias de distúrbios e
protestos pela inflação em Moçambique, informou a instituição neste
sábado (4/9).
O preso morreu quando os 2,3 mil detentos de uma prisão se rebaram e tentaram fugir. A prisão fica em Matola, um dos epicentros das manifestações violentas que começaram na quarta-feira (1º/9) em protesto contra a alta dos preços do pão, dos combustíveis e dos serviços básicos e que causaram pelo menos 10 mortes e deixaram 443 feridos.
Os presos se aproveitaram da situação para realizarem o motim, e exigiram liberdade “incondicionalmente”, segundo disseram carcereiros à agência de notícias espanhola Efe.
A revolta acabou após a intervenção de soldados da Força de Intervenção Rápida (FIR) da polícia moçambicana, que dispararam gás lacrimogêneo e balas de borracha contra os amotinados, segundo as fontes.
“Foi só uma questão de oportunismo, quando os perguntamos o que pretendiam e qual era a razão do motim, disseram simplesmente que queriam ir para casa”, relatou um dos guardas da prisão.
Durante o motim, os internos apedrejaram um diretor do centro, que tentava acalmar os ânimos e que teve que ser levado a um hospital local para tratamento de seus ferimentos.
Enquanto isso, a calma retornou a Maputo e outros centros urbanos de Moçambique, onde as autoridades mantêm um forte desdobramento de segurança para o caso de retomada das manifestações de protesto pela alta dos preços.
Moçambique é um dos países mais pobres do mundo, apesar de ter registrado nos últimos anos um forte crescimento econômico, com uma média de 8% anual, o que beneficiou um pequeno grupo de pessoas, muitas delas relacionadas com o governo, entre as quais o presidente, Armando Guebuza.
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