A polícia da Espanha desarticulou pela primeira vez uma rede de exploração sexual de homens, que saíam do Brasil e recebiam cocaína, popper (uma droga para estimulação sexual) e viagra “para se prostituírem 24 horas por dia”, segundo comunicado.
A investigação policial, que começou em fevereiro, levou à prisão de 14 pessoas em diferentes províncias espanholas, informaram nesta terça-feira a Direção Geral da polícia e a Guarda Civil.
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Após deixarem o Brasil, as vítimas recebiam da quadrilha uma “bolsa de viagem” e a passagem de avião, que era comprada com cartões falsificados. Na maioria dos casos, os jovens chegavam a aeroportos de outros países e só depois eram levados à Espanha. As vítimas viajavam enganadas quanto às condições de trabalho e, sobretudo, quanto aos valores de teriam devolver aos aliciadores por conta dos gastos de viagem. No início, os jovens eram informados de que só deveriam custear a passagem, e quando chegavam eram cobrados por quantias que podiam passar de 4 mil euros.
Efe
Imagem cedida pela polícia à televisão espanhola mostra as vítimas da rede de prostituição
Depois que chegavam à Espanha, o chefe da quadrilha (que vivia em Palma de Mallorca, nas Ilhas Baleares) levava os jovens a várias províncias espanholas, segundo a demanda de cada local. Os jovens deviam entregar 50% da renda por programa ao dono do apartamento onde ficavam ou ao encarregado, além de 200 euros pelo alojamento e manutenção. Caso se negassem ou causassem algum tipo de problema, os aliciadores faziam ameaças, inclusive de morte.
Acusações
A quadrilha atraía os clientes por meio de classificados de jornais e também anúncios em páginas da internet, onde eram postadas fotografias dos jovens disponíveis.
Além de crimes contra os direitos dos cidadãos estrangeiros, relativos à prostituição, contra os direitos dos trabalhadores e formação de quadrilha, os aliciadores serão acusados de fornecer drogas e outras substâncias ilegais, tanto a clientes quanto às vítimas.
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