Uma petição popular para impedir a entrada no Reino Unido do empresário norte-americano e pré-candidato presidencial republicano Donald Trump reuniu mais de 340 mil assinaturas entre terça-feira (08/12) e a noite desta quarta (09/12).
Como a petição passou de 100 mil assinaturas, o Parlamento britânico terá que debater a medida e o governo terá que divulgar uma resposta em escrito à solicitação popular.
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Agência Efe
O empresário norte-americano e pré-candidato presidencial republicano Donald Trump em ato de campanha no dia 03/12
A petição popular “Impeça a entrada de Donald Trump no Reino Unido” foi cadastrada no site do Parlamento britânico nesta terça-feira (08/12). “O Reino Unido já impediu a entrada de muitos indivíduos por discurso de ódio. O mesmo princípio deveria ser aplicado a todas as pessoas que pretendem entrar no país”, diz a petição. “Se o Reino Unido pretende aplicar o critério de ‘comportamento inaceitável’ a pessoas que pretendem atravessar suas fronteiras, ele deve ser aplicado justamente a ricos e pobres, a fracos e poderosos.”
Trump, que nos últimos meses fez uma série de declarações racistas, xenófobas e anti-imigração durante seus eventos de campanha, afirmou na última segunda-feira (07/12) que os Estados Unidos deveriam implementar “um bloqueio total e completo” à entrada de muçulmanos no país.
A declaração foi condenada enfaticamente por políticos e instituições ao redor do mundo, inclusive companheiros de partido de Trump, como Jeb Bush, também pré-candidato à Presidência, e Dick Cheney, ex-presidente norte-americano.
O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, afirmou na terça-feira (08/12) que os comentários de Trump o desqualificam para a Presidência dos EUA, além de serem “tóxicos” e “inconstitucionais”. Nesta quarta-feira (09/12), Trump afirmou que “nunca abandonará a corrida presidencial”.
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O primeiro-ministro britânico, David Cameron, afirmou na terça-feira que os comentários de Trump são “sectários, inúteis e simplesmente errados”. George Osborne, chanceler do Reino Unido, afirmou que “a melhor maneira de derrotar asneiras como essa é engajar em um robusto debate democrático”, não impedindo a entrada de Trump no país.
Para Migdaad Versi, secretária-geral do Conselho Muçulmano da Grã-Bretanha, os comentários de Trump têm consequências para muçulmanos não somente nos EUA, mas também no Reino Unido. “Se o governo britânico escolheu banir pessoas que incitam o ódio, isso deveria ser aplicado a todas as pessoas, seja ela um candidato presidencial nos EUA ou um pregador de um grupo religioso”, disse Versi.
Agência Efe
Cartaz na cidade norte-americana de Atlanta, Georgia, compara Trump a Hitler
Entre as pessoas cuja entrada foi proibida no Reino Unido estão pastores norte-americanos da Igreja Batista de Westboro, que pregam ódio contra pessoas homossexuais, oficiais da Ku Klux Klan, organização supremacista branca dos EUA, e blogueiros norte-americanos de organização “anti-islamização dos EUA”, entre outros.
Várias instituições internacionais cortaram relações com Trump após esta última declaração islamofóbica. O primeiro-ministro escocês, Nicola Sturgeon, retirou o status de “embaixador de negócios pela Escócia” de Trump, enquanto a Universidade Robert Gordon em Aberdeen, no Reino Unido, revogou o diploma honorário conferido ao pré-candidato em 2010, alegando que “suas declarações são absolutamente incompatíveis com o etos e os valores da universidade”. Além disso, a Lifestyle, uma das maiores redes de lojas de departamento no Oriente Médio, retirou os produtos provenientes das empresas de Trump de suas prateleiras e suspendeu indefinidamente a venda deles em suas lojas.