O Reino Unido está disposto a trazer do Brasil os contêineres com mais de 1,4 mil toneladas de lixo doméstico levados ilegalmente para os portos de Santos (SP), Rio Grande (RS) e para a alfândega de Caxias do Sul (RS), informou hoje (20) a Agência Nacional de Meio Ambiente.
O órgão ambientalista britânico admitiu saber que vários contêineres com resíduos domésticos foram exportados ilegalmente para o Brasil, onde o Ministério Público Federal (MPF) ordenou a devolução da carga, no início do mês.
Segundo o MPF, o carregamento que chegou aos portos brasileiros deveria ser de polímeros de etileno utilizados como isolante térmico na fabricação de plástico. Mas, na verdade, é de lixo comum.
A agência ambiental britânica informou que os responsáveis pela carga serão processados. O Reino Unido abriu uma investigação para descobrir como o lixo, composto por seringas, preservativos, fraldas e bolsas com sangue, chegou ao Brasil.
“O Reino Unido é totalmente contra o comércio ilegal de qualquer tipo e decidiu ser líder mundial no combate ao comércio ilegal de resíduos, a fim de proteger o meio ambiente e a saúde humana”, destacou um porta-voz da agência.
Se a agência ambiental detecta ou é informada da exportação ilegal de lixo, trabalha com as autoridades competentes para resolver o problema, acrescentou o funcionário.
Ibama
A importadora Hills Waste Solutions Limited, que trouxe o lixo ao Brasil, será multada, conforme anunciou ontem (19) o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), de acordo com a Agência Brasil. A informação é da chefe do escritório regional do Ibama, Ingrid Oberg. “A primeira multa foi fixada em 155 mil reais. A segunda deve ser fixada hoje”, disse. Mas como a empresa que enviou o lixo não tem representação oficial no país, o Ibama não pode multá-la.
Segundo Ingrid, a carga de lixo doméstico que veio da Inglaterra “não tem lógica alguma”. “Exportar lixo doméstico é proibido pela Convenção de Basileia”, afirmou. A funcionária do Ibama afirmou que as investigações estão a cargo da Polícia Federal e que a regional de São Paulo já encaminhou todos os trâmites burocráticos necessários para Brasília. “Eles estão tratando com os ministérios do Meio Ambiente e das Relações Exteriores para repatriar o lixo”.
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