As autoridades libanesas deportaram neste sábado (09/01), em um avião da Síria, os 46 refugiados sírios que faltavam do grupo de 415 que chegou na última quinta-feira (07/01) ao aeroporto de Beirute em uma escala de sua viagem para a Turquia, confirmaram à Agência Efe fontes do aeroporto.
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Sírios foram impedidos de embarcar para a Turquia; Chanceler libanês disse que país não pode mais suportar “carga” de sírios
O grupo foi repatriado em um terceiro avião sírio na madrugada de hoje, enquanto outros 361 foram deportados em outros dois aviões sírios horas antes. Os refugiados não puderam continuar sua viagem para a Turquia porque os dois voos da companhia Turkish Airlines, que pegariam em Beirute, foram cancelados devido às novas restrições do governo turco de exigir visto aos refugiados sírios, informou a agência de notícias oficial do Líbano, ANN.
O ministro de Relações Exteriores do Líbano, Yibran Basil, insistiu na sexta-feira que os refugiados devem retornar à Síria, pois o país não pode suportar mais “essa carga”, já que constituem “a metade da população libanesa e é uma obrigação comum encontrar uma solução para esse problema”.
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As deportações foram denunciadas por diversas organizações, como Anistia Internacional e Human Rights Watch. “O governo libanês está pondo esta gente em perigo mortal”, assinalou em nota o responsável pelos Direitos para Refugiados e Migrantes da Anistia Internacional, Sherif Elsayed Ali.
O dirigente da organização acrescentou que se trata de “uma infração degradante das obrigações internacionais do Líbano para proteger todos os refugiados que fogem do massacre e da perseguição na Síria”.
O investigador da ONG Human Rights Watch no Líbano, Haley Bobseine, cobrou das autoridades libanesas que “examinem individualmente os testemunhos dos que temem retornar, já que não se pode pôr uma pessoa em perigo”. A organização acrescentou que devolver uma pessoa que corre perigo de ser torturada ou receber tratamento desumano ou degradante transgride as obrigações do Líbano assinaladas na Convenção Internacional contra a Tortura, que o país ratificou em 2000.