A Rússia afirmou nesta terça-feira (24/09) que uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a Síria poderá mencionar o capítulo VII da Carta das ONU, que permite a aplicação de sanções econômicas ou o “uso da força”. Essa menção, no entanto, não significa, segundo Moscou, uma permissão para o recurso automático de uma intervenção militar. O objetivo do acordo é destruir o arsenal químico do país.
“O Capítulo VII só pode ser mencionado como uma das medidas” a adotar em caso de violação dos compromissos adquiridos pela Síria para desmantelar seu arsenal químico, declarou o vice-ministro das Relações Exteriores, Serguei Riabkov, citado pela agência Interfax. Mas “de nenhuma maneira se trata de adotar uma resolução (…) sob o Capítulo VII” com uma “aplicação automática de sanções ou, menos ainda, de recurso à força”, disse o vice-ministro.
Riabkov também anunciou que os inspetores da ONU retornarão na quarta-feira à Síria para investigar a utilização de armas químicas. “O grupo de inspetores da ONU parte a Damasco amanhã, 25 de setembro”, declarou o vice-ministro, citado por agências russas.
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“Estamos satisfeitos que nossos apelos persistentes para o retorno dos especialistas da ONU à Síria para investigar outros episódios tenham dado frutos”, disse Ryabkov no Parlamento, referindo-se a supostos ataques com armas químicas diferentes do ocorrido em 21 de agosto, que foi alvo da primeira investigação dos especialistas. “De acordo com as últimas informações, o grupo está partindo para Damasco amanhã, 25 de setembro”, afirmou.
O primeiro relatório dos investigadores da ONU confirmou o uso de armas químicas nos arredores de Damasco em 21 de agosto, mas não apontou culpados. Potências ocidentais acusam o regime sírio de ter sido responsável, alegando que só as forças do presidente Bashar al Assad possuem a tecnologia empregada no ataque.
Síria e Rússia dizem que os rebeldes que lutam contra o governo realizaram o ataque, com o objetivo de forçar uma intervenção estrangeira na guerra civil que já dura mais de dois anos e meio.