Uma rebelião incendiou hoje (18) o centro de identificação e expulsão de imigrantes da ilha italiana de Lampedusa e deixou 24 feridos. Houve um violento confronto com as forças de segurança. Os imigrantes, que também estão em greve de fome, protestam contra o envio de 107 tunisianos para Roma ocorrido ontem, para posterior repatriação.
O prefeito de Lampedusa, Bernardino de Rubeis, responsabilizou o governo italiano pelos distúrbios, devido à mudança de natureza do local, que até pouco tempo atrás era conhecido como centro de primeiro amparo e socorro, e foi transformado em um lugar de identificação e expulsão. “Os imigrantes estão desesperados”, declarou Rubeis.
Laura Boldrini, porta-voz da agência da ONU para refugiados (UNHCR), fez um apelo ao governo. “Solicitamos uma intervenção porque é perigoso deixar imigrantes e seguranças submetidos ao fogo e à fumaça. É preciso adotar medidas urgentes para deslocar as pessoas”, afirmou. “Há uma forte tensão por causa das repatriações. Os imigrantes se sentem perdidos e vão para o tudo ou nada”.
Uma das hipóteses em estudo no Ministério do Interior, que convocou uma reunião técnica, é transferir uma parte dos imigrantes para outros centros, até que sejam mandados de volta para a Tunísia.
A polícia italiana utilizou gás lacrimogêneo para tomar o controle do centro, o que provocou intoxicação em algumas vítimas. Os bombeiros conseguiram controlar o incêndio com dificuldade, devido ao vento forte. Na confusão, alguns internos escaparam, dando início a uma perseguição policial. Entre os feridos, 22 são policiais e dois, imigrantes.
Em Lampedusa, vivem 863 imigrantes, grande parte tunisianos. Veja onde fica a ilha.
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