O vice-ministro da Defesa russo, Anatoli Antonov, acusou nesta quarta-feira (02/12) o presidente turco, Recep Tayyp Erdogan, e sua família de estarem envolvidos diretamente no tráfico de petróleo com o EI (Estado Islâmico). Erdogan, que já havia sido acusado de comprar petróleo do grupo extremista, negou as acusações e reiterou que irá renunciar caso elas sejam comprovadas.
Durante uma sessão informativa sobre operações de combate ao terrorismo, Antonov apresentou algumas imagens de satélites que supostamente mostrariam o EI transportando petróleo para a Turquia.
Agência Efe
Sessão russa de operações antiterrorista nesta quarta-feira
“A Turquia está diretamente envolvida no projeto do EI. Conhecemos três rotas de distribuição de petróleo da Síria para a Turquia. Ninguém no Ocidente se pergunta por que o filho de Erdogan é diretor da maior empresa petrolífera [do país]”, comentou o número dois da Defesa russa a repórteres.
“É uma lástima que tenham começado com propaganda negra após o incidente. Fazem uma campanha de graves calúnias”, rebateu o presidente turco. Para Erdogan, a Rússia “perde credibilidade com essas calúnias”.
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No início desta semana o presidente russo, Vladimir Putin, já havia acusado a Turquia de comprar petróleo do Estado Islâmico. Na ocasião, Erdogan também negou e disse pela primeira vez que renunciaria ao cargo de presidente caso algo fosse comprovado.
Os dois países estão passando por um momento de instabilidade diplomática após a Turquia ter derrubado dois caças russos que supostamente teriam invadido seu espaço aéreo. Um dos pilotos foi morto na operação. O Kremlin negou a invasão de seus aviões, argumentando ainda que não representavam uma ameaça para a população turca, visto que estavam combatendo o grupo jihadista na Síria.
Como resultado, a Moscou impôs sanções econômicas a Ancara. Entretanto, o governo turco já indicou que não tomará medidas semelhantes às russas.