O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, criticou nesta quinta-feira (27/01) a resposta que os Estados Unidos deram em relação às propostas de garantias de segurança que o governo russo havia enviado ao país em dezembro.
Segundo ele, os EUA não responderam à principal questão do documento, sobre o expansionismo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
“Sobre a questão principal, nesse documento não há uma reação positiva. A questão principal é a nossa posição clara sobre a inadmissibilidade do avanço da expansão da Otan no Leste Europeu e a instalação de armas ofensivas que podem ameaçar o território da Rússia”, ressaltou Lavrov.
As sugestões foram feitas em meados de dezembro pelo Ministério das Relações Exteriores da Rússia. O país propôs que ambos os lados reduzissem significativamente atividades que pudessem ser percebidas como ameaçadoras para a outra parte, exigindo que a Ucrânia e outras repúblicas que integraram a União Soviética sejam mantidas fora da Otan.
Para o chanceler russo, os EUA ignoraram “conscientemente” o princípio da indivisibilidade da segurança, quando a existência pacífica de um Estado não pode ser obtida através da criação de ameaças a outro.
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Resposta por escrito às demandas de segurança russas não tem uma ‘reação positiva’, defende chanceler
“Quando nossos colegas ocidentais reagem às nossas propostas […] eles sempre apelam à aplicação dos princípios acordados no Euro-Atlântico […]. Eles imediatamente dizem que isso significa que a Otan tem o direito de se expandir e ninguém tem o direito de proibir-lhe”, destacou.
A resposta por escrito às propostas de Moscou foi entregue por Washington e Bruxelas na quarta-feira (26/01), em um encontro entre o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Aleksandr Grushko, e o embaixador dos EUA, John Sullivan.
O documento norte-americano contempla pontos que Washington se diz disposta a negociar com Moscou, incluindo o controle de armas e maior transparência, de acordo com informações da CNN.
No entanto, anteriormente, as autoridades russas haviam indicado que as propostas de segurança deveriam ser consideradas como um pacote, e que os EUA e a Otan não poderiam escolher ou excluir determinados pontos. Ainda na terça-feira (25/01), a Casa Branca informou que os EUA não vão tornar pública a carta.
(*) Com Sputnik News.