A Catalunha vai realizar novas eleições em março, depois de o partido independentista e anticapitalista CUP (Candidatura Unidade Popular) ter decidido neste domingo (03/01) que não irá apoiar o candidato à reeleição à presidência da região, o nacionalista Artur Mas.
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Assembleia da CUP na semana passada: após debater se apoiaria Artur Mas, partido decidiu que não
Nas eleições para o parlamento regional catalão de setembro de 2015, a coligação com representantes da esquerda independentista chamada Junts pel Sí (Juntos pelo Sim) ganhou o pleito com 62 cadeiras em uma câmera de 135.
Contudo, eram necessários pelo menos seis deputados a mais para a coalizão obter maioria absoluta, mas nas duas votações feitas em novembro no parlamento local o candidato Artur Mas não conseguiu obter nenhum além dos 62 assentos da sua aliança.
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Artur Mas governa Catalunha desde 2010, mas agora vive impasse
Em 9 de novembro o Junts pel Sí e a CUP somaram suas cadeiras para que o Parlamento catalão aprovasse a resolução que dava início ao processo de separação dessa região da Espanha.
A resolução foi rejeitada pelo Tribunal Constitucional de Madri. Nas últimas semanas, todavia, o Junts pel Sí e a CUP, apesar de suas diferenças ideológicas, começaram a debater sobre uma eventual aliança para tornar possível a reeleição de Artur Mas, que governa a Catalunha desde 2010.
No entanto, o acordo foi impossível perante a recusa da CUP em diferentes assembleias, cuja última edição aconteceu hoje em Barcelona.
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A legislação eleitoral estabelece que se no prazo de dois meses desde a primeira votação de posse não houver um presidente regional eleito, novas eleições são convocadas automaticamente.
Esse prazo expira no próximo domingo, 10 de janeiro, e Artur Mas já não tem perspectivas de chegar a acordos com outros grupos, o que abre a porta para as novas eleições regionais em março, o que acontecerá pela primeira vez na região.
Eleições na Espanha
Em 20 de dezembro, a Espanha realizou eleições legislativas, que tiveram o PP (centro-direita, governista) em primeiro, com 123 cadeiras; seguido do PSOE (socialistas), com 90; Podemos (esquerda) com 69 e Ciudadanos (liberais), com 40.
Atualmente, o premiê interino, Mariano Rajoy, encontra dificuldades de formar governo, dado que o PP também não conquistou maioria absoluta no Parlamento de Madri durante o pleito.
PP, PSOE e Ciudadanos rejeitam o independentismo catalão e o Podemos acredita que é necessário haver um referendo para que os catalães decidam, embora defenda que a região permaneça na Espanha.
Como o resultado da eleição espanhola também não favorece um acordo de governabilidade, e a hipótese de ser necessário realizar novas eleições legislativas gerais nos próximos meses também não está descartada.
(*) Com informações da Agência Efe