Por 61 votos a favor e 37 contra, o Senado dos Estados Unidos aprovou o plano do presidente Barack Obama para combater os efeitos da crise e estimular a economia do país. O pacote, que já havia sido aprovado pela Câmara dos Representantes (deputados), precisava do voto de pelo menos 60 senadores, o que só foi possível porque três republicanos votaram a favor – o Partido Democrata, do presidente, tem maioria na Casa.
Senadores e deputados agora terão de negociar uma versão final do plano, já que aprovaram versões diferentes. O valor do aporte estatal, que havia sido fixado em US$ 819 bilhões na Câmara, foi superior no Senado: US$ 838 bilhões. Num encontro com eleitores em Fort Myers, Flórida, onde promovia o projeto, Obama disse que a aprovação do pacote é uma “boa notícia”.
Na votação de hoje (10), o pacote foi claramente rejeitado pela oposição republicana: dos 41 senadores do partido, apenas três, todos da ala moderada, juntaram-se à maioria democrata para aprovar o texto. O presidente havia enfrentado resistência dos republicanos durante a campanha pela aprovação.
Uma das principais queixas da oposição é de que o projeto não criará novos postos de trabalho. Obama defende que serão gerados de três a quatro milhões de empregos.
O senador Charles E. Schumer, democrata de Nova York, afirmou ao The New York Times que os republicanos devem reconhecer não só que o país está em crise, mas também “que eles perderam a eleição presidencial”.
“Estamos correndo um risco enorme, um risco enorme com o dinheiro dos outros”, disse o senador Mitch McConnell, do Kentucky, líder da minoria, convencendo os colegas a votarem contra. Ele afirmou que o pacote é “cheio de desperdícios” e só servirá para aumentar o débito da nação.
Mesmo com a aprovação do pacote, o mercado financeiro teve um dia ruim. Até as 17h, o índice norte-americano Dow Jones apresentava queda superior a 3% e a Bovespa, superior a 2%. As principais bolsas européias também fecharam em baixa.
A queda parece ser consequência do anúncio feito pelo secretário do Tesouro, Timothy Geithner, sobre os planos da administração para ajudar as instituições financeiras. Ele disse que o governo pensa em comprar uma série de ações em bancos com problemas e apoiar o mercado de crédito, mas não deu pormenores sobre os planos, apenas assinalou as duas áreas onde vai atuar.
Reportagem ampliada
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