Os separatistas do Partido Quebequense ganharam as eleições legislativas realizadas nesta terça-feira (04/09) na província do Québec ao obter 32% dos votos, mas terão que governar em minoria após conseguir 56 dos 125 deputados do Parlamento provincial. A eleição também foi marcada por um grave incidente durante uma festa de comemoração do PQ, em que um apoiador foi morto a tiros.
A líder do PQ, Pauline Marois, 63 anos, que se transformou na primeira mulher na história de Québec à frente do Executivo da província, falava em um clube noturno durante o tiroteio e foi rapidamente retirada do lugar.
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Com quase 90% dos votos apurados, o Partido Liberal de Québec (PLQ), que havia se mantido no governo desde as eleições de 2003, obteve 30,7% dos votos, muito acima do previsto nas enquetes que vaticinaram que a formação federalista obteria seus piores resultados desde 1976.
O PLQ contará com 46 deputados, mas o até agora primeiro-ministro de Québec, Jean Charest, perdeu sua cadeira. Nas eleições anteriores, realizadas em 2008, o PLQ conseguiu 42% dos votos e 66 deputados enquanto o PQ conseguiu 35,1% dos votos e 51 deputados. A formação nacionalista Coalizão Avénir Québec (CAQ), criada há apenas um ano, ficou em terceiro lugar com 27% dos votos e 19 deputados.
Coalizão
Na tradição eleitoral canadense não há antecedentes de governos de coalizão e o partido mais votado em uma eleição é o encarregado de formar governo. O Parlamento provincial quebequense também contará com dois deputados de Québec Solidaire (QS), uma formação de esquerda independente.
Os resultados sugerem que a ala dura do PQ terá problemas para fomentar a convocação de um novo referendo independentista. Em duas ocasiões, em 1980 e 1995, governos do PQ convocaram, e perderam, referendos desse tipo – na segunda ocasião por uma margem pequena.
O primeiro-ministro quebequense, que em 1995 convocou o segundo referendo, Jacques Parizeau, assinalou durante a campanha eleitoral que o PQ deveria obter 50% dos votos para poder convocar um referendo independentista. Durante a campanha eleitoral, Marois disse que, caso ganhasse, formaria um “governo defensor da soberania” para demandar a Ottawa mais poderes para a província francófona.
* Com informações da Agência Efe