Um encontro no teatro Capitólio, em Lisboa, para discutir a situação da democracia brasileira e que foi organizado por Pilar del Rio, presidente da Fundação José Saramago, e Boaventura de Sousa Santos, do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, reuniu Guilherme Boulos, Tarso Genro, Pablo Iglesias e Catarina Martins. No mesmo evento, que aconteceu no dia 12 de abril, foi lida uma mensagem de Manuela d'Ávila. Apesar de ter sido anunciada a sua presença, Ana Catarina Mendes, secretária-geral adjunta do PS, e Cristina Narbona, presidente do PSOE, não estiveram presentes.
Na sua intervenção, Boaventura de Sousa Santos afirmou: “Quem podia imaginar que o presidente mais brilhante da história do Brasil estivesse hoje preso em uma masmorra e ainda por cima ilegalmente?”. Pablo Iglesias afirmou que “a defesa da democracia no Brasil é uma causa de todos os democratas no mundo”.
Guilherme Boulos, candidato do PSOL, afirmou que o Brasil vive a crise mais grave desde a ditadura militar, destacando que: “Ela se expressa com uma escalada de violência política, com tiros, intolerância, ódio sendo destilado no lugar do debate político, que teve como principal expressão o assassinato brutal e covarde da Marielle [Franco]”.
Boulos denunciou também a judicialização da política, salientando que “a maior expressão dessa judicialização é a prisão do ex-presidente Lula, que ocorre sem qualquer prova” e apontou “se [Sérgio] Moro quisesse fazer política, que fosse ser candidato à presidência da República e encarasse um debate democrático com o povo brasileiro”.
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Boaventura Sousa Santos e Guilherme Boulos discursaram no ato
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Na sua intervenção, Catarina Martins afirmou: “Quando as liberdades democráticas estão em causa nós estamos presentes e dizemos solidários, porque sabemos que o fascismo só avança se estivermos calados”.
A coordenadora do Bloco de Esquerda disse que não está em jogo a corrupção nem a avaliação política de Lula como presidente, ou se se é a favor ou contra Lula, mas sim a defesa da democracia brasileira.
“Nós não nos metemos em julgamentos, o que não permitimos é que juízes se transformem em coronéis para fazerem uma fraude judicial, que é uma fraude eleitoral que não deixa o povo do Brasil escolher em liberdade, como deve fazer”, afirmou Catarina.
A terminar a sua intervenção, Catarina Martins disse: “Apesar de você, apesar de toda a perseguição, ainda vamos ver este jardim a florescer”.
O Futuro das lutas democráticas: Em defesa da democracia brasileira
Gepostet von Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra am Donnerstag, 12. April 2018