A COB (Central Sindical Boliviana) decidiu promover um referendo que visa revogar o mandato do vice-presidente do país, Álvaro García Línera, acusado pelos trabalhadores de ser contrário ao movimento sindical.
O principal dirigente da central, Pedro Montes, disse que a decisão de promover a votação deve-se à “falta de respeito” de García Linera com o movimento trabalhista.
Durante uma recente mobilização feita pelos trabalhadores, que pediam um aumento salarial de 15%, contra os 10% oferecidos pelo governo, o vice-presidente acusou os dirigentes de promover um protesto sindical com fins políticos e incentivados pelos setores de direita.
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Ele ainda afirmou que a paralisação, que durou 12 dias, tinha objetivo eleitoral, já que nos próximos meses serão escolhidos os novos dirigentes da COB.
Uma ramificação da central de trabalhadores sediada na região de Tarija, no sul da Bolívia, também pede a renúncia de alguns ministros. Montes, no entanto, não revelou o nome desses ministros, ainda que, em ocasiões anteriores, tenham sido mencionadas as pastas de Governo, Trabalho e Economia.
Um referendo para revogar os mandatos de presidente ou vice-presidente está previsto na Constituição boliviana e pode ser aplicado após os governantes terem cumprido pelo menos a metade de seu mandato. No caso de García Línera, ele poderia ser realizado somente após o dia 22 de julho de 2012.
Montes explicou que, apesar do descontentamento com as atitudes do vice-presidente, a maioria dos sindicatos aprovou a decisão do governo de elevar de 10 para 12% o aumento salarial em algumas classes de trabalhadores. Segundo ele, as organizações consideraram positivo esse resultado.
Os dirigentes da COB ainda informaram que será promovida uma greve geral e a volta das manifestações caso o governo cumpra sua decisão de descontar do salário dos trabalhadores os dias parados por conta do protesto.
A COB promoveu uma greve geral, que parou a Bolívia por 12 dias, para exigir um aumento de 15% para todos os trabalhadores, no lugar dos 10% propostos em dezembro pelo governo para docentes, profissionais da área de saúde, policiais e militares.
Nesse período, os operários bloquearam as ruas das principais cidades do país e houve confrontos entre sindicalistas e policiais. O conflito teve fim 10 dias atrás, quando a central aceitou um aumento de 12%.
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