Atualizado às 14h34
O presidente da Síria, Bashar al Assad, anunciou nesta quinta-feira (12/09) que aceita colocar as armas químicas de seu país sob controle internacional. No entanto, afirmou que só concordou com essa medida a pedido da Rússia, e não pelas “ameaças dos Estados Unidos”, disse o líder árabe em entrevista à TV estatal Rossiya-24, segundo a agência Interfax.
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“A Síria está colocando suas armas químicas sob o controle internacional por causa da Rússia. As ameaças dos EUA não influenciaram a decisão”, afirmou. “Acredito que o acordo será concretizado em um mês após a assinatura. (…) Estes são procedimentos básicos e vamos cumpri-los”, disse o presidente.
Assad voltou a negar que o ataque de armas químicas de 21 de agosto tenha sido realizado pelas Forças Armadas. Para o presidente sírio, “o uso de armas químicas quando você está ganhando a guerra não tem lógica”.
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“Isso não significa que a Síria vai assinar os documentos, preencher as obrigações e pronto. Trata-se de um processo bilateral, com o primeiro objetivo de fazer com que os Estados Unidos interrompam sua política de ameaças contra a Síria”, afirmou.
A Rússia propôs nesta segunda-feira (09/09) que a Síria ponha suas armas sob controle internacional para que sejam destruídas. Além disso, o país deveria assinar a Convenção Internacional para a Proibição de Armas Químicas.
Agência Efe/Sana
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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, advertiu que a proposta russa para que Síria coopere com a comunidade internacional só servirá se os EUA e seus aliados renunciarem ao uso da força contra Damasco.
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“É difícil obrigar algum país, seja a Síria ou qualquer outro, a se desarmar de maneira unilateral se está sendo preparada contra ele uma ação de força”, disse Putin.
O presidente sírio também afirmou que vai entregar à ONU documentos sobre o arsenal químico do país, conforme previsto pelo plano russo de quatro etapas. Neste momento, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, e o chanceler russo, Sergei Lavrov, discutem o conflito sírio em Genebra.
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Putin também alertou que uma ação militar norte-americana arrisca expandir o conflito sírio para além do país do Oriente Médio e resultar em ataques terroristas. Em artigo publicado no jornal New York Times, Putin disse haver “poucos defensores da democracia” na guerra civil de dois anos e meio na Síria, “mas há mais do que o suficiente combatentes da Al Qaeda e extremistas de todo tipo lutando contra o governo”.
(*) com agências de notícias internacionais e colaboração do correspondente Sandro Fernandes, de Moscou