A Síria anunciou nesta segunda-feira (05/12) que aceita o plano da Liga Árabe para o envio de observadores ao seu território, após o fim do último prazo dado pela organização para evitar a imposição de sanções ao regime de Damasco.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Jihad Makdissi, declarou aos jornalistas que seu país “respondeu positivamente” à iniciativa da Liga Árabe e está aberto à admissão de observadores que garantam o cumprimento de um cessar-fogo por parte do Governo.
“Falamos com a Argélia sobre isto, e agora a responsabilidade está com a Liga Árabe”, afirmou Makdissi, que espera que a “mobilização permita ao país continuar com suas reformas”.
O responsável sírio não quis dar detalhes sobre a resposta da Liga Árabe às remodelações do protocolo para o envio de observadores propostas pela Síria.
“A resolução foi puramente síria e temos o interesse de nos unir à ação árabe. Temos fé na reforma liderada pelo presidente Bashar al Assad”, disse o porta-voz.
Makdissi acrescentou que existe a possibilidade de que a assinatura do protocolo seja realizada em Damasco e que as sanções serão “consideradas imediatamente nulas e inválidas após o acordo.”
Do Cairo, fontes diplomáticas da Liga Árabe, que pediram para não ser identificadas, confirmaram à Agência Efe que a Síria respondeu ao pedido, embora disseram desconhecer o conteúdo da resposta.
De acordo com estas fontes, neste momento o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al Arabi, está reunido com os assistentes para estudar a mensagem do regime sírio.
No sábado, o grupo de contato da Liga Árabe para a Síria deu um novo prazo para aceitar o envio de observadores e evitar as sanções aprovadas em 27 de novembro.
Entre estas medidas estão a redução à metade dos voos comerciais que unem os países árabes à Síria e a proibição de viajar a 19 altos cargos sírios.
Além disso, seriam aplicadas outras medidas como o fim dos intercâmbios comerciais financeiros com o Governo da Síria – com exceção das mercadorias necessárias à população – e o fim das transações com o Banco Central Sírio.
O assunto dos observadores árabes foi introduzido depois que Damasco apresentou uma série de restrições para recebê-los em 17 de novembro, que foram rechaçadas pela Liga Árabe, pois rompiam “fundamentalmente a natureza da missão da delegação”.
A delegação, formada por 500 observadores, tem como objetivos a proteção dos civis e a aplicação do plano árabe, que exige o fim do derramamento de sangue na Síria e a retirada das tropas das ruas, entre outros aspectos.
O número de vítimas da repressão às manifestações antigovernamentais na Síria ultrapassa os 4 mil, informou na quinta-feira a alta comissária de Direitos Humanos das Nações Unidas, Navi Pillay, acrescentando que a situação do país caminha para uma guerra civil.
No domingo, ao menos 40 pessoas morreram baleadas pelas forças do regime de Assad em diversas províncias da Síria, informou o opositor Observatório Sírio de Direitos Humanos.
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