O ex-consultor da CIA Edward Snowden vai pedir asilo temporário na Rússia ainda nesta sexta-feira (12/07), informou o Wikileaks. Snowden, que está na área de trânsito do aeroporto de Moscou, é procurado pelas autoridades norte-americanas após ter vazado informações sobre os programas de vigilância online do governo dos EUA.
Agência Efe
Após três semanas sem notícias de seu paradeiro, Snowden teve primeira imagem registrada hoje em Moscou
As informações foram divulgadas após reunião de Snowden com representantes de grupos pró-direitos humanos no aeroporto de Moscou, onde ele está alojado há três semanas. “Ele fez uma declaração, vai pedir asilo político à Rússia”, informou uma fonte à agência Ria Novosti, acrescentando que esta decisão foi tomada após a impossibilidade de Snowden viajar a um dos países latino-americanos que ofereceram asilo a ele.
Ele recebeu ofertas de Venezuela, Bolívia e Nicarágua. “Sim, pediu asilo na Rússia. Quer ficar aqui até poder voar para a América Latina”, revelou à Agência Interfax a vice-diretora da ONG Human Rights Watch, Tatiana Lokshina, que participa de reunião com Snowden.
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Tatiana disse que Snowden pediu ajuda aos ativistas para obter asilo político na Rússia. O ex-funcionário da CIA está preso no aeroporto de Moscou pois não possui documentos de viagem e poderia ser detido em qualquer parte do mundo pela campanha de perseguição.
Caça a Snowden
Washington promete pressionar dirigentes da América Latina para que Snowden seja impedido de ter asilo político na região e volte aos EUA, onde seria julgado por revelar arquivos secretos. A imprensa norte-americana divulgou nesta sexta-feira (12/07) que diplomatas do país trabalham nos bastidores para bloquear negociações entre Snowden e as Relações Exteriores dos países latino-americanos.
“Não existe nenhum país no continente americano que não entenda a posição dos EUA nessa situação”, afirma um comunicado oficial de Washington. “Ajudar Snowden colocaria tornaria as relações entre nós e os países muito ruim por um bom periodo”, reitera o texto entregue à imprensa e às chancelarias dos países latino-americanos.
O entrave diplomático entre EUA e os países na América Latina que defendem o ex-funcionário da CIA é vista por Washington como um desafio para garantir sua influência no continente americano.
“Nossa influência na América Latina está diminuindo. É preciso que o governo dos EUA dedique mais tempo à região para reforçar o nosso relacionamento com os países latino americanos. É preciso negociar com países moderados, como México, Colômbia e Brasil, para evitar o movimento anti-EUA no bloco”, afirma o ex-embaixador norte-americano da ONU, Bill Richardson, em entrevista ao New York Times.
Mercosul
A presidenta Dilma Rousseff, que participa da Cúpula do Mercosul em Montevidéu, no Uruguai. deve junto com outros líderes da América Latina formalizar a declaração de repúdio ao esquema de espionagem norte-americanos e estrangeiros, conforme denúncias de Snowden.
“O governo dos EUA deveria saber que a Venezuela aprendeu há um bom tempo a se defender de qualquer pressão vinda de qualquer parte do mundo”, afirmou o chanceler venezuelano, Elías Jaua, reiterando o discurso de vários líderes da América Latina.