O governo do Suriname divulgou hoje (8) que foram presos 18 homens suspeitos de liderar o ataque de cerca de 300 “marrons” (descendentes de quilombolas do Suriname) contra brasileiros no país, no último dia 25. Segundo o serviço de inteligência surinamês, muitos dos detidos já tinha passagem pela polícia.
De acordo com autoridades do Suriname, o episódio da noite de Natal foi uma ação isolada. O embaixador brasileiro no país, José Luiz Machado e Costa, declarou à Agência Brasil que, segundo o governo do Suriname, “as ameaças de novos ataques estão afastadas”.
O esquema de policiamento na cidade de Albina, onde houve a agressão, foi reforçado por medida de segurança, assim como no interior do país, contou Machado e Costa. “O serviço de inteligência está monitorando tudo”, assegura o embaixador.
Ainda segundo o diplomata, o maior desafio agora é dar assistência aos brasileiros que estavam na cidade no dia – além dos demais que vivem no país. Machado e Costa explicou que três atitudes básicas estão sendo tomadas: apoio às vítimas, estímulo à legalização de documentação – a maioria dos brasileiros mora lá ilegalmente – e esclarecer os emigrantes sobre as normas e cultura do país.
“Muitos dos que vêm para cá não têm conhecimento de que este país é multiétnico e de idioma totalmente diferente [cuja língua oficial é o holandês], com costumes, normas e leis próprias. O nosso trabalho é também de esclarecimento e orientação. É preciso entender o Suriname para poder viver no país”, afirmou à Agência Brasil.
Cautela
Apesar de o embaixador negar qualquer tipo de preconceito ou xenofobia por parte dos surinameses, outra recomendação da embaixada é de que os brasileiros evitem a região de Paramaribo. “É melhor não arriscar ir até aquela área. Mas um fato é certo: não há preconceito nem restrições aos brasileiros”, enfatizou.
Na noite de Natal, brasileiros foram atacados por surinameses nas redondezas da cidade de Albina. O ataque teria sido uma vingança pela morte de um morador supostamente assassinado por um brasileiro, que estaria foragido. Revoltada, a população quilombola teria atacado os brasileiros da região.
Albina, a 150 quilômetros da capital, Paramaribo, fica na fronteira com a Guiana Francesa e abriga minas de ouro que empregam brasileiros ilegais. Essa atividade gera tensão entre brasileiros e surinameses, incluindo indígenas, que enfrentam uma alta taxa de desemprego.
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