A polícia do Paquistão encontrou hoje (4) corpos num contêiner marítimo dentro de um caminhão. O veículo vinha do Afeganistão e carregava também pessoas vivas, algumas delas inconscientes devido ao sufocamento, segundo informou um policial.
O número de mortos é incerto e varia de 44 a 60 dependendo da fonte, assim como o total de pessoas a bordo, entre 100 e 200.
Um oficial do governo identificado como Nassem Lari disse acreditar que o caminhão estava sendo conduzido por um traficante de pessoas com destino ao Irã.
O veículo vinha de Spin Boldak (cidade afegã na fronteira com o Paquistão) e foi largado em Hazar Ganji, a cerca de 20 km da cidade de Quetta, capital da província do Baluquistão, região que faz divisa com Afeganistão e Irã.
Testemunhas alertaram a polícia após ouvirem choro e gritos provenientes do contâiner, informou um policial.
Médicos disseram que o estado de vários sobreviventes é crítico.
Veja mapa da região:
Seqüestro
Também em Quetta, foi libertado o chefe do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), o norte-americano John Solecki, que havia sido sequestrado no dia 2 de fevereiro. A informação foi confirmada hoje pela ONU, em nota assinada pelo secretário-geral Ban Ki-moon.
No Paquistão, a polícia informou que Solecki foi abandonado pelos sequestradores no sul do país e estava sob custódia das autoridades, segundo diversos veículos de imprensa.
Solecki foi sequestrado por membros da Frente Unida de Libertação do Baluchistão (Bulf, em inglês), uma organização desconhecida até então. Em meados de fevereiro, os sequestradores divulgaram um vídeo no qual ele, que sofre de hipertensão e problemas renais, pedia ajuda para ser libertado.
Diversos grupos armados agem há anos na província do Baluchistão, onde lutam pela independência ou autonomia da região.
Ban Ki-moon lembrou que o enviado especial da ONU para o Níger, Robert Fowler, e seu assistente Louis Guay estão sequestrados desde 14 de dezembro de 2008.
Atentados
Pelo menos 16 pessoas morreram hoje em dois atentados suicidas no Paquistão, ambos precedidos por novo ataque aéreo dos Estados Unidos nas áreas tribais.
Na capital Islamabad, um suicida matou oito membros de forças paramilitares e feriu outros quatro ao detonar explosivos próximo a um posto de controle na região central, segundo informou um chefe policial citado pela agência estatal APP. A explosão foi ouvida em boa parte da cidade e provocou pânico entre os moradores.
O ministro do Interior, Rehman Malik, declarou que as forças de segurança dispararam contra o terrorista quando este se aproximava do posto de controle. “Devido aos disparos dos paramilitares, o homem não pôde alcançar o lugar onde eles estavam jantando. Agora, os terroristas estão atacando as forças de segurança”, ressaltou Malik, citado pelo canal de televisão Express TV.
Este ataque foi precedido por outro atentado suicida, no qual um homem tentou jogar um veículo carregado de explosivos contra um comboio das forças de segurança na conflituosa região do Waziristão do Norte, na fronteira com o Afeganistão.
“Os guardas de fronteiras viram o veículo suspeito se aproximar e realizaram disparos de advertência, após os quais o suicida detonou a carga explosiva que carregava”, explicou à Agência EFE o coronel paquistanês Atiq Rehman.
Pelo menos oito pessoas morreram neste ataque, sete delas civis, incluindo duas crianças, enquanto 39 ficaram feridas.
Ninguém reivindicou a autoria dos ataques.
As áreas tribais paquistanesas, especialmente o Waziristão do Norte e do Sul, transformaram-se nos últimos anos em refúgio do grupo terrorista Al Qaeda e de numerosos grupos talibãs.
Em 2008, quase oito mil pessoas morreram de forma violenta no Paquistão, onde mais de dois mil atos terroristas foram registrados no mesmo período.
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