A Justi ça de Israel anunciou nesta terça-feira (29/12) a decisão do Tribunal do Distrito de Jerusalém que condenou Ehud Olmert, ex-primeiro-ministro (2006-2008), a 18 meses de prisão por corrupção.
O ex-chefe de governo é acusado de ter aceitado subornos quando era prefeito de Jerusalém (1993-2003). Segundo um tribunal de primeira instância israelense, foi provado que Olmert aceitou milhares de dólares dos promotores do projeto “Holyland”, um complexo de milhares de casas de luxo que fica em uma montanha no sul de Jerusalém.
EFE
Olmert ouviu a sentença nesta manhã em Jerusalém
De acordo com o tribunal, o ex-premiê teria aceitado 60 mil shekels (cerca de R$ 60 mil) para promover este projeto imobiliário. O dinheiro foi entregue por meio de seu assistente pessoal, Shula Zaken, que se tornou testemunha da acusação e que chegou a gravar conversas do ex-primeiro-ministro.
Em maio de 2014, Olmert fora condenado a seis anos de prisão. Contudo, nesta manhã, a máxima instância judicial israelense reduziu a pena inicial para 18 meses após a morte de uma testemunha crucial que não pôde ser interrogada.
Após escutar sua sentença, o ex-premiê insistiu em sua inocência e garantiu que “nunca recebeu suborno” de ninguém, reportou a Agência Efe. “Nunca me ofereceram, nem nunca ganhei suborno em nada nem de ninguém. Respeito o veredicto, mas antes de lê-lo não quero fazer comentários”, afirmou.
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O caso “Holyland” explodiu depois que Olmert, de 68 anos, deixou formalmente a chefia do governo israelense no início de 2009. Ele substituiu Ariel Sharon em 2006, que sofreu um derrame cerebral e morreu no início de 2014.
O ex-premiê foi então levado a julgamento por outros casos: no primeiro, foi declarado inocente por uma corte de Jerusalém de receber subornos em 2012; e no segundo, culpado de abuso de poder pela nomeação a um cargo público que exigia um concurso.
A promotoria fechou em 2014 outro caso contra Olmert que remonta a quando foi ministro da Indústria e vice-primeiro-ministro, quando teria se aproveitado de seu status para beneficiar ativistas do Likud.
Olmert tem um mês e meio para começar a cumprir sua pena, o que deve torná-lo o primeiro ex-chefe do governo de Israel a ser preso em um dos maiores escândalos de corrupção da história do país.