O Tribunal da Bósnia-Herzegovina, em Sarajevo, declarou nesta quarta-feira (02/11) a prisão preventiva durante um mês de dez antigos militares bósnio-croatas, suspeitos de crimes de guerra e contra a humanidade contra sérvios no nordeste bósnio.
Em comunicado divulgado em seu site, a corte, que opinou pela detenção por pedido da Procuradoria, considerou que existe risco de fuga dos detidos. Além disso, se estivessem em liberdade, “poderiam dificultar o procedimento penal” com a influência sobre as testemunhas e cúmplices ou com destruição de provas ou pistas em relação às acusações, argumentou o tribunal.
Wikicommons
Memorial em homenagem às vítimas do massacre de Srebrenica, ocorrido em 1995
NULL
NULL
Os dez suspeitos foram detidos na segunda-feira (01/11), acusados de cometerem crimes contra um grande número de sérvios na região nordeste de Orasje e seus arredores, enquanto membros das estruturas do Conselho de Defesa Croata (HVO), um corpo militar dos bósnio-croatas durante a guerra (1992-1995). Os crimes foram perpetrados entre abril de 1992 e julho de 1993, segundo a Procuradoria bósnia, a cargo da investigação do caso.
Entre os detidos estão o general reformado Djuro Matuzovic, que foi o comandante do HVO em Orasje, assim como Todo Orsolic e Marko Dominkovic, chefes da Polícia na zona durante a guerra e que depois do conflito exerceram cargos nas estruturas policiais bósnias. A detenção destes suspeitos suscitou protestos entre líderes bósnio-croatas e da Croácia.