O Tribunal Especial para Serra Leoa, na Holanda, confirmou nesta quinta-feira (26/09) a sentença de 50 anos de prisão para Charles Taylor, ex-presidente da Libéria, por crimes contra a humanidade. A decisão foi proferida no julgamento da apelação feito pela defesa do ex-chefe de Estado entre 1997 a 2003, hoje com 64 anos.
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“A sala de apelação confirma a condenação a 50 anos de prisão”, declarou o juiz George King em uma audiência pública em Leidschendam, perto de Haia.
Agência Efe
O ex-presidente da Libéria, Charles Taylor, durantre julgamento na Holanda
A pena de Taylor deverá ser cumprida no Reino Unido por conta de um acordo com o tribunal, que não emite condenações a prisão perpétua.
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Taylor foi detido em 2006 na Nigéria e declarado culpado no fim de abril de 2012 por 11 crimes contra a humanidade, incluindo estupro, assassinato e saques, cometidos entre 1996 e 2002 na vizinha Serra Leoa.
Segundo os juízes, Taylor iniciou uma campanha de terror com o objetivo de controlar Serra Leoa e poder explorar seus diamantes, durante uma guerra civil que deixou 120 mil mortos entre 1991 e 2001.
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Após sua primeira condenação, Taylor acusou o Ocidente de “manipular” os tribunais de guerra. Na ocasião, disse ao tribunal de crimes de guerra em Haia que Washington usou o caso para conseguir uma mudança de regime, em vez de justiça.
“A mudança de regime na Libéria se tornou uma política do governo dos EUA”, afirmou ele. “Eu nunca tive chance.” “Só o tempo dirá como muitos outros líderes de Estado africanos serão destruídos”, acrescentou ele, questionando a forma como o seu julgamento havia sido financiado.
O julgamento de Taylor ganhou destaque, em parte, por causa das acusações terríveis de assassinatos e mutilações, muitos cometidos por soldados, e também por causa do episódio conhecido como “diamantes de sangue” – pedras preciosas saqueadas de Serra Leoa para financiar a guerra dadas de presente à supermodelo Naomi Campbell, que foi convocada como testemunha de acusação.
(*) com agências de notícias internacionais