A Ucrânia está disposta a usar “todos os meios e ferramentas” contra a Rússia como retaliação em caso de “mais incursões territoriais”, afirmou nesta quinta-feira (20/03) o primeiro-ministro interino do país, Arseni Yatseniuk. Segundo ele, os ucranianos atuarão se Moscou lançar uma agressão militar.
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Yatseniuk, atualmente em Bruxelas para a cúpula da União Europeia, disse em entrevista à emissora francesa France24 que Kiev “estendeu a mão à Rússia e pediu para negociarem”, mas “tudo que Moscou fez foi estender o cano [de uma arma]”.
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O primeiro-ministro acrescentou que os ucranianos “continuam querendo uma solução diplomática”, mas estão preparados para usar qualquer método que evite uma escalada de violência e preserve a independência do país. Yatseniuk admitiu ainda que a Ucrânia perdeu “temporariamente” o controle sobre a região da Crimeia, mas não dá a batalha como perdida e vai fazer “tudo para recuperá-la”.
Reprodução France24
Arseni Yatseniuk diz esperar apoio financeiro e resposta firme à Rússia por parte da União Europeia
Segundo ele, a Rússia “se abstém, rejeita e bloqueia todas as tentativas [de negociação]”. Além disso, Yatseniuk acusou os russos de enviarem “espiões bem-treinados e provocadores” para cidades do leste da Ucrânia para fomentar a atual crise do país.
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O político ucraniano também incitou a União Europeia a “se impor à Rússia com sanções firmes”. “A Rússia é que está isolada, a comunidade internacional inteira está contra o que aconteceu”.
Falando sobre suas expectativas em relação à UE, Yatseniuk disse esperar que os Estados-membro da comunidade assinem o acordo de associação política da Ucrânia, que a UE ofereça apoio financeiro ao país e dê uma resposta forte e unida à Rússia e, por último, que a Ucrânia se torne “um membro sólido, forte e bem-sucedido da União Europeia”.
Sobre as declarações do presidente russo, Vladimir Putin, de que o governo interino da Ucrânia estava seriamente comprometido por nacionalistas de extrema-direita, Yatseniuk respondeu que a verdadeira ameaça fascista vem da Rússia.
“O que aconteceu na Crimeia lembra o que houve na década de 1930 na Alemanha”, declarou, referindo-se às invasões nazistas à Áustria e à antiga Tchecoslováquia.