Os doze representantes dos países membros da Unasul (União de Nações Sul-Americanas) aprovaram a criação de um fundo de 300 milhões de dólares para a cooperação com o Haiti durante a reunião extraordinária em Quito, capital do Equador, informaram agências internacionais.
Cem milhões sairão dos cofres dos países do bloco, proporcionalmente ao PIB (Produto Interno Bruto) de cada um, e os outros 200 milhões, de um empréstimo junto ao BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), conforme explicou ontem (9) o presidente do Equador, Rafael Correa, que também é presidente rotativo da Unasul. A informação é da BBC Mundo.
Vídeo da Efe veiculado pelo UOL Notícias
O fundo deverá ser organizado ainda em fevereiro, no próximo dia 20, numa nova reunião na cidade mexicana de Cancún. No encontro ontem, Correa também pediu aos credores internacionais o perdão da dívida externa do Haiti, que chega a 1,3 bilhão de dólares, como uma das medidas para apoiar o país.
O chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, defendeu ainda a criação de uma reserva de alimentos para o Haiti, que teria como ponto de partida as sete mil toneladas de comida enviadas, segundo ele, pela Alba (Aliança Bolivariana para as Américas) ao Haiti e as 4,5 mil toneladas que ainda estão estocadas, de acordo com a agência Reuters.
O presidente do Haiti, René Préval, esteve na reunia, agradeceu o apoio dos países sul-americanos. Préval se disse satisfeito com o encontro em Quito pois, segundo ele, foram adotadas resoluções que apoiarão “realmente as necessidades identificadas por seu governo para a reconstrução”.
Cooperação Sul-Sul
O plano sul-americano de cooperação com o Haiti inclui assistência em matéria de ajuda humanitária imediata para os desabrigados pelo terremoto do dia 12 de janeiro, principalmente tendas.
Segundo o presidente do Peru, Alan García, que também defendeu a criação do fundo, com esse valor, o Haiti conseguiria construir 41 mil casas populares para os desabrigados do terremoto. De acordo ele, pelo menos metade desse valor já ficaria disponível imediatamente, informou o jornal El Comercio do Peru.
A Unasul ajudará doando alimentos e remédios, mas também se comprometerá a fortalecer a ajuda no médio prazo, dando assistência para a reconstrução de infraestrutura viária, de energia, de saúde e para a agricultura.
Além de Correa e Préval, compareceram à reunião os presidentes da Colômbia, Álvaro Uribe; do Peru, Alan García; e do Paraguai, Fernando Lugo, além do vice-presidente da Bolívia, Álvaro García Linera. Pelo Brasil, foi enviado o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia.
Uribe-Correa
A reunião foi o cenário para o primeiro encontro entre Uribe e Correa desde a ruptura de relações diplomáticas, em março de 2008. Na ocasião, Correa acusou a Colômbia de ter violado a soberania do país após bombardear um campo de treinamento das Farc em solo equatoriano. Os colombianos alegam tê-lo informado da operação e garantem que o ataque foi lançado de território colombiano.
No fim do dia, Uribe e Correa tiveram na sede do governo em Quito um breve encontro informal. “O que mais convém é normalizar o mais rápido as relações [com a Colômbia], e os passos mais importantes já foram dados”, disse Correa. “Se [Uribe] tivesse vindo no dia 2 de março [de 2008], teria sido tratado com o mesmo respeito e gentileza”, declarou o presidente equatoriano a jornalistas, segundo o jornal colombiano El Tiempo.
“Não podemos ter alzheimer social”, afirmou ao ressaltar que “fez o que tinha que ser feito” na época do ataque colombiano e que “defendeu o país com dignidade”.
“Aprovo a aproximação com o Equador”, completou Uribe, citado pelo El Comercio do Equador.
NULL
NULL
NULL