A ampliação do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (EFSF) divide as nações que integram a União Europeia, como pôde ser verificado nesta segunda-feira (17/01). Nas últimas semanas, a maioria dos ministros se mostrou favorável à ampliação do mecanismo de resgate, porém, na tarde de hoje, a cautela deu o tom. França e Alemanha lideraram esse posicionamento.
A ministra francesa, Christine Lagarde, declarou à uma rádio hoje que estaria “aberta à discussão para estudar a possibilidade de o fundo ter sua capacidade operativa expandida” e prometeu que na reunião desta segunda e de amanhã (18/01) seria elaborada uma forma “de se atingir esse objetivo.”
Mais cedo, o ministro alemão, Wolfgang Schaeuble, reiterou que não vê
necessidade de aumento dos recursos do fundo em um curto prazo.
Atualmente o EFSF contém 750 bilhões de euros.
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O ministro das Finanças da Holanda, Jan Kees de Jager, se juntou à Alemanha na rejeição de um eventual aumento dos recursos do fundo. “Até ao momento, relativamente poucos recursos (do fundo) foram utilizados”, salientou. “Não vejo qualquer necessidade de um aumento ou de uma duplicação dos fundos de emergência”, defendeu de Jager.
Com países como Portugal ainda em risco de precisar ajuda financeira em razão dos altos custos do empréstimo, ministros da zona do euro consideram ampliar o tamanho e os poderes do fundo de resgate de 750 bilhões de euros.
Pró ampliação
As declarações acontecem uma semana após o presidente da Comissão Europeia, o português José Manuel Durão Barroso, propor aos líderes europeus que aumentassem a capacidade do fundo para torná-lo mais flexível, “de maneira quantitativa e qualitativa”. O anúncio coincidiu com o dia em que Portugal realizou uma ampla e bem sucedida venda de bônus de sua dívida.
O Fundo Europeu de Estabilização foi criado em maio de 2010 para resgatar a Grécia e foi posteriomente usado com a Irlanda. Dos 750 bilhões, 440 bilhões correspondem a doações dos países conforme a porcentagem de participação no capital no capital do Banco Central Europeu, mas na realidade só podem ser retirados 250 bilhões, já que o resto é utilizado como garantia dos próprios créditos.
A discussão sobre a proposta vinha se desenrolando nos corredores de Bruxelas, em razão do risco de contágio da Espanha, a quinta economia do bloco – cujo socorro eventual seria de duas a três vezes maior do que o prestado à Grécia e à Irlanda. Antes reticente quanto à criação do EFSF, o BCE agora é um dos apoiadores do aumento do capital.
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