Milhares de civis e militares marcharam nesta terça-feira (04/02) em Caracas, capital da Venezuela, em comemoração ao Dia da Dignidade Nacional, que marca o 28º aniversário da rebelião militar liderada pelo ex-presidente do país Hugo Chávez, em 1992.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, encabeçou o ato que saiu da praça O'Leary em direção ao Quartel de Montanã, em Caracas, onde está o Mausoléu de Chávez. Em discurso realizado à militância, membros do governo e do Exército, o mandatário ressaltou a importância da celebração e afirmou que o episódio marca a “construção de uma nova Pátria”.
“28 anos depois do grito rebelde de dignidade de 4 de fevereiro de 1992, aqui estamos nós, em perfeita união cívico-militar, defendendo o legado e a memória de nosso comandante Chávez. Leais sempre, traidores nunca!”, disse Maduro pelo Twitter.
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Maduro ainda disse que a data está mais “atual do que nunca”, já que a efeméride é “mais futuro do que passado e deve ser todos os dias contra a guerra econômica e contra o imperialismo”.
“Temos que estudar a história viva. Em 4 de fevereiro, foi onde começou a história da construção de uma nova Pátria, agora sim livre, independente e soberana”, afirmou.
28 años después de aquel grito rebelde de dignidad del 4 de febrero de 1992, aquí estamos, en perfecta unión Cívico-Militar, defendiendo el legado y la memoria de nuestro Comandante Chávez. ¡Leales Siempre, Traidores Nunca! #4FPatriaDigna pic.twitter.com/4FtPjyVAh1
— Nicolás Maduro (@NicolasMaduro) February 4, 2020
Nesta data, em 1992, o então comandante das Forças Armadas da Venezuela Hugo Chávez liderou a tentativa de uma rebelião militar que tinha por objetivo tomar o poder e destituir o governo neoliberal do então presidente Carlos Andrés Pérez, marcado por um alto nível de desemprego, ligações com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e com o imperialismo norte-americano.
A tentativa de tomar o Palácio Miraflores levou milhares de jovens venezuelanos às ruas comandados por Chávez. A insurreição fracassou e Chávez ficou dois anos preso.
Prensa Presidencial
Nicolás Maduro discursou na comemoração do 28º aniversário do Dia da Dignidade Nacional
#LoDijoMaduro Todos los días la canalla oligarca miente sobre el 4F.
El 4F fue un grito de independencia nacional, de soberanía, una rebelión contra el Fondo Monetario Internacional y el imperialismo. #4FPatriaDigna pic.twitter.com/VgzKvRadyH
— PSUV (@PartidoPSUV) February 4, 2020
“Esta data foi um grito de independência nacional, soberania, uma rebelião contra o Fundo Monetário Internacional e o imperialismo. O povo rebelde, aquele que não desiste, aquele que acreditava fortemente naquele glorioso 'por agora' acorda nas ruas de Caracas para reafirmar seu compromisso com a paz, soberania e independência do país”, afirmou Maduro na comemoração da data.
Ele ainda disse que hoje o compromisso é maior, “uma vez que devemos nos fortalecer na luta e resistência diárias para continuar exercitando a independência do país”.
“Hoje podemos dizer com absoluta clareza que não apenas a independência é o bem que alcançamos, não quero um poder popular sonolento, quero um poder popular com capacidade crítica, de trabalho e de execução, um poder popular poderoso que constrói nossa pátria. Existem problemas que são culpa de [Donald] Trump, outros são nossos e temos que resolvê-los de forma eficiente, e é por isso que venho pedindo grandes mudanças dentro do governo”, disse.
Mercenários colombianos
Durante seu discurso, Maduro denunciou um suposto grupo de mercenários da Colômbia que foram enviados à Venezuela para realizar “ataques terroristas” dentro do país.
“Denunciei que um grupo de mercenários treinados e financiados por Iván Duque, presidente da Colômbia, foram enviados para a Venezuela, a fim de realizar ataques terroristas contra unidades e navios militares venezuelanos”, afirmou.
O mandatário disse que “mais cedo ou mais tarde' irá “capturá-los e puni-los de acordo com a justiça venezuelana. Na Venezuela queremos paz, não o terrorismo de Iván Duque”.
Maduro também afirmou que uma embarcação dos Estados Unidos tentou entrar no território venezuelano, no entanto as Forças Armadas do país deram um alerta e medidas foram tomadas para que o navio não adentrasse no território da Venezuela.
“Alguns dias atrás, um navio de guerra gringo começou a passar na linha territorial da Venezuela. Oficiais das Forças Armadas pediram autorização imediata para irem atrás e advertir que a embarcação não poderia entrar no mar territorial venezuelano. E eu, através do Comando Estratégico Operacional das Forças Armadas, dei a ordem de tomar todas as medidas para exercer a soberania marítima. Isso foi feito e o navio partiu”, afirmou o presidente.
(*) Com VTV.