Nos dias 12, 19, 26 de agosto e 2 de setembro, Opera Mundi faz um passeio histórico pela Áustria, Hungria e Croácia. Neste domingo, a Viena de Klimt.
Com mais de 100 museus e uma população que alcança dois milhões de habitantes, Viena comemora em grande estilo os 150 anos de Gustav Klimt, ícone do nascimento do modernismo na pintura austríaca e um dos fundadores do movimento artístico Secessão, inserido no contexto de surgimento da Art Nouveau.
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Em 2012, o artista vienense que nasceu na Linzer Strasse n° 247, no subúrbio da capital austríaca, filho de um gravador de ouro da Boêmia, comemoraria 150 anos no dia 14 de julho. Até janeiro de 2013, a capital austríaca realiza uma extensa programação cultural para celebrar seu aniversário.
Lar para muitos nomes das artes, das ciências e da intelectualidade como Mozart, Strauss, Beethoven, Schubert, os arquitetos Otto Wagner e Adolf Loos, o artista expressionista Kokoschka, o pai da psicanálise Sigmund Freud e seu discípulo Jung que viveu por um período na capital, Wien – em alemão – é uma cidade que alia o estilo clássico, o romântico e o moderno.
Fabíola Ortiz/Opera Mundi
No “Quarteirão dos Museus”, o Leopold organizou uma exposição com centenas de correspondências enviadas por Klimt à amante
Centro cultural e político do país e capital da Republik Österreich, a Áustria, Viena é a maior cidade sobre o rio Danúbio, que nasce na Alemanha e cruza 10 países desaguando no mar Negro. O país inteiro tem pouco mais de oito milhões de pessoas e esbanja índices invejáveis de qualidade de vida com 98% de seus cidadãos alfabetizados e uma expectativa de vida para as mulheres que supera os 80 anos.
As comemorações dos 150 anos de nascimento de Klimt se tornaram o chamariz para atrair a turistas de diversas partes do mundo que optaram por Viena para passar as férias do verão europeu. No mês de julho, já início das férias escolares, o verão vienense é de derreter com temperaturas que ultrapassam facilmente os 30° C. Vários museus na cidade decidiram abrir suas portas para expor obras de Klimt, sem contar as inúmeras obras de arte e intervenções feitas pelo artista que é possível visualizar numa caminhada pela cidade.
Um pouco de história
Cidade milenar medieval, Viena teve seu primeiro assentamento de origem celta, 500 anos antes de Cristo, tendo sido passagem para romanos em razão da estratégica posição às margens do Danúbio. O conquistador romano Carlos Magno batizou a cidade com o nome de Ostmark. Na Idade Média, a cidade serviu como importante entreposto comercial. Achados arqueológicos de moedas que circulavam no Império Bizantino datadas do século VI provaram que Viena tinha uma intensa atividade comercial.
No século XIX, a cidade foi sede do Império Austro-Húngaro sob o domínio dos Habsburgos. Após a dissolução do Império Austro-Húngaro na Primeira Guerra Mundial, a Áustria viveu momentos escuros na sua história contemporânea tendo sido anexada à Alemanha nazista de Hitler em 1938. O país apenas reconquistou sua independência no ano de 1955.
Fabíola Ortiz/Opera Mundi
O palácio de Schönbrunn em Viena, residência de verão dos imperadores da Áustria da dinastia dos Habsburgs
Nos idos da Guerra Fria,a cidade foi anfitriã de grandes momentos que marcaram a História, como o primeiro encontro entre o presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, e o primeiro-ministro soviético, Nikita Khrushchev, em 3 junho de 1961.
Exposições e obras de Klimt
No Quarteirão dos Museus, o Museu Leopold organizou uma exposição com obras de seu acervo próprio e cerca de 400 correspondências enviadas por Klimt à amante, Emilie Flöge, ao longo de 20 anos, além de uma coleção de fotografias pessoais do artista.
Aberto em 2001, o Quarteirão dos Museus é uma área de 60 mil metros quadrados no 7° distrito da cidade que reúne uma variedade de museus como o Museu de Arte Moderna MUMOK (Museum Moderner Kunst), com cerca de sete mil obras de renomados nomes como Andy Warhol, Pablo Picasso e Roy Liechtenstein. Além do Hall de Artes de Viena, o Kunsthalle Wien, e do Museu Leopold que guarda obras também de Oskar Kokoschka, Richard Gerstl, Albin Egger-Lienz, Anton Kolig, Herbert Boeckl e Alfred Kubin, todos artistas austríacos do século XIX, alguns deles do movimento expressionismo germânico.
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A vida de Klimt coincidiu com a época áurea de Viena, quando ainda era capital do grande império dos Habsburgos. Ele viveu e participou intensamente de um momento de renovação e rebeldia artística durante o surgimento do modernismo, tendo sido presença marcante na era da arte nouveau.
Klimt trouxe em suas pinturas a sexualidade com uma representação sensual do erotismo feminino expressos nos retratos que pintou de mulheres da sociedade austríaca, tal como O Beijo (1907), a mais célebre de suas obras.
Além das obras de Gustav Klimt, há muitas outras atrações em Viena:
– Caminhar pela Ringstrasse (rua do anel): A principal avenida da cidade com 4 quilômetros que circunda o centro histórico. Foi construída em 1857 no lugar dos muros que cercavam e protegiam a antiga capital do Império Austro-Húngaro. Dentro da Ringstrasse está o coração histórico de Viena.
Fabíola Ortiz/Opera Mundi
– Catedral de Santo Estevão,do século XIII, está localizada no coração de Viena, em uma área de grande circulação de pedestres, onde estão os melhores cafés, restaurantes e principais lojas da cidade. A torre que passa por restauração tem 137 metros de altura é o ponto mais alto da cidade. Seu telhado é formado por 250 mil azulejos vitrificados e seu interior possui uma valiosa coleção de esculturas artísticas.
– Após alguns minutos de caminhada pelas ruas de pedestres próximo à Catedral, vale uma parada no Café Central, uma das mais tradicionais cafeterias, e experimentar os doces caseiros e a variedade de cafés servidos ao som de um pianista eslovaco que toca um repertório variado de músicas internacionais. Para saber escolher, siga algumas dicas da lista de inúmeras opções de cafés: Schyer é o café puro; Flaker, com rum; Franziskana, café com leite, chantilly e raspas de chocolate; M. Thereza, café mais fraco com licor de laranja e chantilly. Outras peculiaridades como: Café Mazagran, café frio servido no copo com rum, licor de laranja maraschino no gelo e cravo. E ainda Wiener eiskoffee com sorvete de baunilha, café sendo que metade do café servido frio.
– Schönbrunn: o principal palácio de Viena de 1713. A residência de verão dos imperadores da Áustria da dinastia dos Habsburgs é para Viena tal como Château de Versailles é para Paris. Lá a imperatriz Elizabeth, conhecida como Sissi, passou muitos momentos de sua vida. O palácio conta com 1.440 quartos que hoje fazem parte do museu imperial.
Foi em Schönbrunn que o jovem Wolfgang Mozart fez seu primeiro concerto oficial. Em 1961, o palácio recebeu o primeiro encontro entre Kennedy e Nikita Kruschev, durante a Guerra Fria.
– Naschmarkt, mercado a dois quilômetros do centro de Viena, fundando em 1780 por agricultores rurais. Lá, não só austríacos vendem suas produções, como também gregos, indianos, vietnamitas e turcos.
Fabíola Ortiz/Opera Mundi
O Naschmarkt, próximo ao centro de Viena, traz uma ampla variedade de ingredientes dos mais diversos países
Auf wiedersehn, Wien! Próxima parada: Budapeste.
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