A gestão do ex-primeiro-ministro e atual ministro das Relações Exteriores da Austrália, Kevin Rudd, tentou usar imigrantes ilegais que chegam ao país todos os anos para obter vantagens políticas, segundo documentos revelados pelo Wikileaks, publicados pelo diário local Sydney Morning Herald nesta quinta-feira (16/12).
A organização decidiu revelar os documentos da Embaixada dos Estados Unidos em Canberra um dia depois do naufrágio de um barco com dezenas de clandestinos na ilha de Christmas, acidente que deixou pelo menos 28 mortos.
Rudd, primeiro-ministro entre 2007 e 2010, teria exagerado em relatórios sobre os problemas causados pela chegada dos imigrantes ilegais pelo mar para tirar votos dos conservadores.
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Documentos diplomáticos dos EUA afirmam que Peter Khalil, então assessor do chefe do Executivo australiano, recomendou que Rudd divulgasse que 60 mil estrangeiros se estabelecem ilegalmente na Austrália todos os anos, apesar de a maioria chegar de avião e com visto.
Muitos não renovam seus documentos e decidem permanecer de forma irregular no país, e Khalil quis convencer Rudd a enganar a população assegurando que a chegada pelo mar é em menor número que a por via aérea.
A questão dos imigrantes também foi manipulada pela opositora Coalizão Liberal, com um de seus dirigentes afirmando que “quanto mais navios chegarem, melhor”.
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