Aproximadamente 6,4 milhões de cidadãos foram convocados às urnas nesta quarta-feira (31/07) para votar nas eleições presidenciais, legislativas e municipais do Zimbábue. Contrariando a jornada eleitoral de 2008, que terminou com a morte de cerca de 200 partidários de Morgan Tsvangirai, a votação de hoje ocorreu de maneira tranquila e contou com alta participação popular.
Efe
Longas filas foram registradas nos centros eleitorais do Zimbábue. Mudabe tenta novo período presidencial após 33 anos no poder
O presidente atual, Robert Mugabe, de 89 anos, representante da União Nacional Africana do Zimbábue-Frente Patriótica (Zanu-PF), enfrentou pela terceira vez Tsvangirai, primeiro-ministro do governo de união nacional e líder do Movimento por Mudança Democrática (MDC).
“Vou cumprir meus cinco anos de mandato. Não vou enganar ao meu povo se votarem por mim”, afirmou Mugabe ao votar no subúrbio de Highfield, no sul da capital Harare. O presidente, que já está há 33 anos no poder, declarou ontem que se aposentaria caso fosse derrotado nas urnas. Já Tsvangirai, que votou no bairro de Mount Pleasant, no norte de Harare demonstrou entusiasmo. “Finalmente o Zimbábue será capaz de seguir adiante outra vez”, afirmou o líder do MDC.
NULL
NULL
O dia de eleição foi marcado pelas longas filas em muitos colégios eleitorais. Um grande número de cidadãos enfrentou o clima ruim do inverno para exercer seu direito democrático, sob a vigilância de 62 mil soldados das forças de segurança escalados a fim de evitar distúrbios no processo. A Comissão Eleitoral do Zimbábue se declarou “satisfeita” com o desenvolvimento da votação e informou que a participação foi alta, apesar de ainda não haver estatísticas oficiais.
Entretanto, a Associação de Direitos Humanos do Zimbábue denunciou que cerca de 70 pessoas não conseguiram votar em Nketa, no sul do país, pois seus nomes haviam desaparecido do censo eleitoral.
Antes das eleições, Mugabe foi acusado de manipular informações para impedir seguidores do MDC de votarem. Hoje, a chefe da polícia local Charity Charamba informou que dez funcionários do Movimento por Mudança Democrática foram presos no subúrbio de Buduriro, em Harare, suspeitos de terem roubado uma cópia do censo eleitoral. Apesar disso, Charity comunicou à rádio estatal que a jornada estava transcorrendo com tranquilidade nas províncias do país.
O chefe da missão de observadores da União Africana (UA), o presidente da Nigéria, Olusegun Obasanjo, também declarou que não havia motivos para se preocupar com o processo eleitoral. O Zimbábue atravessa uma profunda crise econômica e a taxa de desemprego no país se encontra próxima de 80%.