Pela segunda vez na história do Mundial de Futebol, o Brasil é o país anfitrião do maior evento esportivo do planeta. Talvez a principal diferença entre o torneio de 1950 e o de 2014 esteja no alcance e na instantaneidade com que bilhões de pessoas acompanham os jogos, resultados e fatos relacionados à Copa.
Ao mesmo tempo em que o futebol e as Copas ganharam cada vez mais adeptos e torcedores, maior passou a ser a cobertura da mídia do evento que acontece a cada quatro anos. No caso do Brasil de 2014, são cerca de 20 mil jornalistas de todos os cantos do mundo relatando, fotografando e mostrando o que acontece no país.
A Samuel, agora em sua versão eletrônica, também dedica o período da Copa a trazer o que a mídia independente do Brasil e do mundo vem registrando sobre o antes, o durante e o depois do evento, seus participantes e espectadores. Textos e vídeos postados diariamente darão a medida dos diferentes olhares e observações que irão marcar o cotidiano dos 32 países representados no evento.
Veja todo o material do especial Samuel na Copa:
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Apesar da pouca reputação da liga nacional, da quase nula experiência internacional e dos gravíssimos problemas sociais e econômicos, Honduras chega com moral à terceira Copa do Mundo de sua história – a segunda consecutiva. Após passar várias décadas na obscuridade, a passos lentos a seleção da América Central começa a figurar como uma das mais promissoras equipes da Concacaf (Confederação da Associação de Futebol da América do Norte, América Central e do Caribe, na sigla em inglês), numa trajetória ascendente que começou em meados em 1980, quando conquistou a classificação para seu primeiro Mundial. Naquela década, o futebol deu um de seus mais importantes passos na direção da profissionalização – coincidindo com um período de suma importância fora das quatro linhas.
O futebol hondurenho é um reflexo da condição social do país e os avanços dentro dos gramados geralmente correspondem às alterações da sociedade fora dele. Foi na década de 1980 que o país conheceu o primeiro presidente eleito democraticamente e iniciou sua lenta abertura para a democracia, superando quase cem anos de um opressor governo militar, marcado por sucessivos golpes de Estado que imortalizavam o poder nas mãos dos generais. Curiosamente, o mesmo período que marcou o início do crescimento futebolístico.
O futebol chegou ao país durante o regime militar, no início do século passado, e a liga nacional sofreu com uma estagnação administrativa e organizacional que durou quase 50 anos. Os organismos vinculados à FIFA, responsáveis por regulamentar o futebol no país, foram criados em 1964, junto com um novo campeonato. Entretanto, a má gestão financeira e a ausência de um planejamento fizeram com que o futebol caminhasse por caminhos tortuosos no país por mais uma década.
Exportação de jogadores
Apesar das poucas realizações do futebol hondurenho, o fim da ditadura militar permitiu maior liberdade para o futebol, e alguns atletas do país conseguiram se destacar em clubes estrangeiros, sobretudo na Espanha, em clubes como o La Coruña e o Valladolid, devido à próxima relação futebolística entre colônia e colonizadores. Exemplo desta aproximação é o Real España, único clube situado fora da Espanha e reconhecido pela Coroa.
Os atletas que continuaram no país continuavam observando a lenta estruturação da Liga Nacional, que não consegue gerar dinheiro o suficiente para a manutenção efetiva dos clubes. A maioria das equipes hondurenhas, mesmo as mais tradicionais, sofre com situações financeiras instáveis e tem valor de mercado insignificante. No geral, os hondurenhos possuem valor de mercado baixíssimo – exceção para os que atuam fora do país – e a liga não possui grande visibilidade no cenário continental, apesar de atrair a presença de alguns poucos sul-americanos.
A principal fonte de renda gerada pelo futebol na Liga Nacional de Honduras é a exportação de jogadores. Uma das principais mudanças do futebol hondurenho em relação ao seu passado são os jogadores que conseguiram se firmar em grandes ligas, e possuem maior valor de mercado.
Os cinco atletas mais valiosos do país não jogam na Liga Nacional e a diferença de valores é gritante: estes cinco, que atuam no futebol europeu ou norte-americano, correspondem à cerca de metade do valor de mercado da seleção que disputará a Copa do Mundo no Brasil, avaliada em aproximadamente R$79,5 milhões.
Apesar das cifras mínimas geradas, o futebol assume uma importante função de economia social. O esporte – o mais praticado no país – é uma importante fonte de renda para diversas famílias hondurenhas, por meio dos empregos indiretos capaz de gerar, seja por meio da transmissão esportiva, seja por meio da venda de ingressos e demais funções desempenhadas nos estádios de todo o país.
Destaques em grandes ligas
Atualmente, a exportação de jogadores é uma realidade do futebol hondurenho. A Major League Soccer é o principal destino dos hondurenhos que abandonam seu país natal, mas o crescimento da liga norte-americana a torna uma vitrine para o futebol europeu, que também é cada vez mais povoado por hondurenhos, mesmo nas ligas de maior expressão, como a Premier League inglesa.
O fenômeno de jogadores de Honduras na Europa é recente. O primeiro caso foi a transferência do lateral-esquerdo Maynor Figueroa em 2008, que se transferiu do Olimpia diretamente para o Wigan Athletic. Primeiramente, por meio de um contrato de empréstimo com um ano de duração. Neste tempo, o desempenho agradou aos dirigentes da equipe inglesa, que comprou os direitos federativos do jogador. Maynor continuou no Wigan até 2013 e atualmente defende as cores do Hull City, também da Inglaterra.
Depois foi a vez de Wilson Palacios – volante e companheiro de Figueroa no Olimpia – acertar sua transferência também por empréstimo para o futebol inglês. O Birmingham City foi o destino do jogador, por onde ficou por meia temporada. Na segunda metade do ano, o Wigan também comprou o jogador e o empregou até a temporada 2008-2009. Em janeiro daquele ano, o Tottenham Hotspur anunciou a contratação do jogador pelo valor de 12 milhões de libras. Palacios permaneceu no clube até 2011 e em seguida foi negociado com o Stoke City, seu atual clube.
Anos depois, o Wigan investiu em mais um jogador hondurenho: o volante Roger Espinoza, que se mudou para os Estados Unidos aos 12 anos de idade e não possui passagem pelo futebol hondurenho. O clube o contratou junto ao Sporting Kansas City após conquistar a Open Cup 2012, equivalente à Copa dos EUA. Na Inglaterra, Espinoza repetiu o sucesso e, no ano seguinte, conquistou a FA CUP atuando pelo Wigan.
Andy Najar é outro que seguiu o mesmo caminho de Espinoza ao sair da MLS para a Europa. O volante, que tem nacionalidade hondurenha e estadunidense, saiu de seu país natal quando ainda era uma criança, atravessando a fronteira ilegalmente em busca de seus pais que tentaram a vida nos Estados Unidos. Treinando por conta própria, Najar atraiu a atenção do DC United, que o acolheu em suas categorias de base e posteriormente o lançou entre os profissionais. Sua atuação na Major League lhe rendeu o prêmio individual de Rookie of the Year – o de melhor estreante do ano. Em 2013, o Anderlecht da Bélgica adquiriu os direitos do jogador, que aos poucos adquire seu espaço na Seleção Nacional.
Na Escócia, mais um volante: Arnold Peralta, que jogou por quatro anos no tradicional Vida de Honduras. Acertou sua transferência para o Glasgow Rangers em 2013 e fez história pelo clube: Peralta fez parte do grupo que terminou sua temporada de forma invicta, fato que não acontecia há mais de cem anos no país. Honduras também tem um representante entre os rivais do Celtic: o zagueiro Emilio Izaguirre, que deixou o Motagua em 2010 e tornou-se rapidamente peça fundamental do esquema defensivo da equipe.
Los Catrachos (como são conhecidos os jogadores da seleção hondurenha) contam com cada vez mais jogadores atuando fora de seu país de origem. Em 1982, foram apenas dois jogadores atuando em equipes estrangeiras; na participação seguinte, em 2010, foram nove “estrangeiros” e em 2014 este número cresceu para 15 atletas.
Reprodução Facebook
Rosel Figueroa, reserva do time da categoria juvenil do Real España: sonho de chegar ao time principal
Primeiro sucesso
Apesar de existir desde o início da década de 20, La Bicolor, como também é conhecida a seleão hondurenha, viu suas glórias surgirem apenas a partir da década de 1980 e a boa fase permanece até hoje. Por cerca de 60 anos, o futebol engatinhou e foi tratado com certo amadorismo pela confederação local. Mas uma reestruturação garantiu a assistência necessária à Seleção, que aos poucos começou a mostrar sua força, acumulando participações de destaque em competições continentais, mesmo sendo incapaz de se destacar nas Copas do Mundo em que participou.
O primeiro grande sucesso hondurenho foi a Copa Ouro da Concacaf em 1981, onde venceu sendo país sede e conquistou o primeiro título da sua história, deixando para trás fortes seleções como o México e os Estados Unidos. Os vice-campeões foram El Salvador, outro país da América Central, que junto com os donos da casa classificaram-se para a Copa do Mundo de 1982, feito bastante comemorado.
Entretanto, a campanha naquele mundial foi decepcionante. Honduras foi sorteada em um grupo no qual participavam Irlanda do Norte, Espanha e Iugoslávia, e terminou eliminada na primeira fase. Los H conseguiram empates em 1 a 1 contra Espanha e Irlanda, mas foram derrotados pela Iugoslávia por 1 a 0 e se despediram da competição na última colocação de seu grupo.
Os atletas não se deixaram abater pelo fiasco na primeira Copa do Mundo da história do país e, três anos depois, foram vice-campeões da Copa Ouro – outro vice aconteceu em 1991. A década de 1990, aliás, mostrou-se a mais frutífera para a Seleção Hondurenha em termos de títulos. Foram dois títulos na Copa das Nações da Concacaf, em 1993 e 1995, e dois títulos dos Jogos da América Central, em 1990 e 1994.
Divisor de águas
Na virada da década houve a destacada participação na Copa América de 2001, um divisor de águas para o futebol hondurenho, visto como um marco para o início do período de maior força internacional da seleção. Honduras participou daquela competição como convidada para substituir a Argentina e acabou sendo uma grande zebra no torneio.
O país não participou das eliminatórias da Concacaf em 2006 e teve a nova chance de disputar a Copa do Mundo em 2010. Na ocasião, classificou-se como terceira colocada nas eliminatórias. Mas após a chegada do mundial, um novo fracasso: última colocação no Grupo H, composto por Espanha, Chile e Suiça. Foram um empate e duas derrotas, que sacramentaram o fim do sonho.
Em 2014 a chance de deixar o passado para trás e conseguir passar da primeira fase, apostando na “geração estrangeira” que tem se destacado na Europa e MLS. Nas eliminatórias, classificaram-se novamente na terceira colocação, atrás de Estados Unidos e Costa Rica. No Grupo E, terá a companhia de Suiça, Equador e França. Sem grandes pretensões, Honduras espera finalmente surpreender, assim como fez na Copa América de 2001.
Desde 1993, Honduras sempre esteve crescente no ranking Fifa, ou pelo menos manteve posições estável. A passagem dos anos 1990 para os 2000 representam o período de maior crescimento, e os recentes sucessos nas competições da Concacaf e nas eliminatórias da Copa colocam a seleção hondurenha pela primeira vez na história entre as 30 melhores do mundo. Atualmente, Honduras ocupa a 30ª posição do ranking, tendo subido treze posições desde o início do ano.
A decadente primeira divisão
A Liga Nacional é um campeonato caracterizado pelo extremo desequilíbrio entre os representantes da liga. Durante toda a história da competição, inaugurada em 1964, apenas sete equipes conquistaram títulos do torneio Apertura e Clausura, que compõem o calendário nacional. Dentre estes sete, o desequilíbrio pende ainda mais para os lados dos times da capital Tegucigalpa, o Olimpia e o Motagua, que juntos somam 40 títulos nacionais e 26 vice-campeonatos. Além deles, Real España (11 títulos) e Marathón (8 títulos) completam o rol de clubes de maior destaque em Honduras. Os outros times campeões nacionais são o Platense, o Victoria e o Vida.
Atualmente, a liga hondurenha vive um momento negro, que se reflete principalmente na situação econômica dos quatro maiores times do país. As verbas provindas de patrocínios e publicidade são insuficientes para a manutenção das equipes, que lidam com a dificuldade em montar elencos, chegando a mesmo considerar a hipótese de investir quase que exclusivamente nas categorias de base, devido à falta de verba.
A crise começou em 2009 e, mais uma vez, os fatores econômicos do país influenciaram diretamente os rumos que o futebol tomou. Naquele ano, um golpe de Estado depôs o presidente Manuel Zelaya, que tentou mudar a Constituição do país para se reeleger, já que a legislação atual não permite a reeleição. O poder público se opôs, mas Zelaya insistiu e foi necessária intervenção do Exército para depor definitivamente o presidente. A maioria dos países da América foram contra o golpe de Estado e exerceram forte pressão contra o país, que continua sofrendo as consequências políticas.
Aliado a este fator está a crise mundial: a população hondurenha está cada vez mais pobre. Em 2013, as dívidas do país chegaram à casa dos 14 bilhões de dólares, cerca de 70% superior ao PIB local. Raf Flores, coordenador do Fórum social da dívida externa de Honduras, afirmou que “para cada 100 pessoas que passaram a integrar a população, 145 estão em estado de pobreza”. Assim, é natural que o futebol também viva dias de ausência de dinheiro, contrariando o êxito recente da Seleção.
Poucos clubes cederam jogadores à seleção nacional, evidência do desequilíbrio da liga. Com o passar dos anos, a tendência é a da diminuição de representantes da própria Liga Nacional na seleção, devido aos problemas financeiros do país. Até o momento, 26 jogadores que atuam por equipes estrangeiras foram convocados por Honduras em Copas do Mundo.
Hondurenhos são maioria
A Liga Nacional é composta em sua esmagadora maioria por atletas hondurenhos, embora, ao longo dos anos, alguns atletas estrangeiros tenham se destacado, como é o caso do colombiano Mauricio Copete, artilheiro na temporada 11/12 jogando pelo Victoria e dividindo a artilharia com o uruguaio Óscar Torlacoff.
Dentre os hondurenhos, se destaca o veterano Juan Manuel Cárcamo, de 40 anos, atual atacante do Real Sociedad. O atacante é o terceiro maior artilheiro da história da Liga Nacional, atrás apenas do também hondurenho Wilmer Velásquez, já aposentado, e do brasileiro Denilson Costa, que também já abandonou os gramados e teve uma grande história no futebol hondurenho, tendo passado pelos principais clubes de Honduras.
Apesar de os brasileiros serem minoria, existe uma relação entre futebol brasileiro e hondurenho: Flávio Ortega foi artilheiro no país em 1969, e em 2006 alcançou o cargo de treinador da equipe, mas faleceu no ano seguinte. Luciano Emilio jogou em Honduras entre 2002 e 2006 e foi artilheiro de quatro competições diferentes.
Wikipedia
Emilio Izaguirre, o jogador mais caro de Honduras: cada vez mais hondurenhos atuam em equipes estrangeiras
Investimento privado
Apesar da crise econômica que afeta o futebol, o esporte ainda parece ser alvo de grande interesse dos empresários hondurenhos. Os quatro principais clubes do país – Olimpia, Motágua, Real España e Marathón – são geridos e bancados quase que completamente por capital privado, embora não haja injeção de dinheiro como em outros clubes ao redor do mundo, como é o caso de Manchester City e PSG.
O Olimpia, por exemplo, é presidido por Rafael Ferrari, empresário bem-sucedido do ramo de comunicação. Além de presidente do clube mais tradicional do país, o economista é dono dos grupos Televicientro e Emissoras Unidas, principais grupos de mídia no país. Sob seu comando, estão nove emissoras de TV e prestadoras de serviço de internet, além de onze emissoras de rádio. Mesmo ostentando tanto poder sobre os meios de comunicação do país, o Olimpia é um dos clubes que sofre com a crise econômica.“Continuamos com o clube por amor. Mas não sabemos até quando vamos aguentar”, afirmou um dos dirigentes, ainda em 2013.
O presidente do Motagua possui empreendimentos mais “humildes”. O empresário hondurenho Pedro Atala comanda o time junto de seu primo, Javier Atala, e é dono da Camosa, distribuidora das bebidas John Deere em Honduras. O empresário tem uma ligação antiga com o futebol por ser filho de Pedro Atala Simón, ídolo do Motagua e ex-dirigente da seleção hondurenha de futebol, que atuou na Confederação na década de 80.
O Marathon, que no ano passado foi um dos mais afetados pela crise financeira, possui em seu comando Yankel Rosenthal, membro de uma das famílias mais influentes no país, dona do Grupo Continental, conglomerado que envolve serviços variados, como bancos, uma emissora de televisão, uma refinaria de açúcar e uma exportadora de pele de crocodilos. Até mesmo membros do poder público de Honduras se envolveram com o clube da cidade de San Pedro Sula. Arturo Bendaña foi vice-presidente da equipe durante o período de 2009 a 2011, acumulando a função de ministro da Saúde do país. Atualmente, responde a acusações por irregularidades no Instituto Hondureño de Seguridad Social e, por decisão judicial, foi proibido de sair de Honduras.
O poder social do futebol
Apesar das cifras mínimas geradas, o futebol assume uma importante função na economia social. O esporte mais praticado no país é uma importante fonte de renda para diversas famílias hondurenhas, por meio dos empregos indiretos capaz de gerar renda por meio da transmissão esportiva ou com a venda de ingressos e demais funções desempenhadas nos estádios de todo o país.
A presença de Honduras na Copa do Mundo de 2010 foi tratada com extrema cautela, justamente devido à grande relevância do futebol diante da população hondurenha. José “Chelato” de la Paz Herrera, treinador da seleção em 1982, afirmou que a seleção nacional tem um grande potencial unificador do país, historicamente fragmentado devido à pobreza. “Neste momento, o grande unificador do país é o futebol”, sintetizou.
O futebol ainda é importante para ajudar a eliminar a violência do país, que sofre com altas taxas de homicídios e tem sua capital Tegucigalpa como a cidade mais violenta do mundo. O futebol é uma alternativa às gangues, comuns no país, e oferecem outra realidade às crianças da região. O esporte, assim, surge como uma esperança para as dificuldades sociais de Honduras.
Texto originalmente publicado em Vavel, plataforma de mídia social de notícias sobre esportes que conecta os jornalistas, autores e blogueiros aos leitores.
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