Na edição do programa SUB40 desta quinta-feira (26/11), o fundador de Opera Mundi, Breno Altman, conversou com as vereadores eleitas Laura Sito (PT-Porto Alegre) e Erika Hilton (PSOL-São Paulo). Segundo as parlamentares, vitoriosas nas eleições municipais de 2020, elas fazem parte de um grande movimento de afirmação no Brasil.
Para Laura, o que representou a “dimensão simbólica” das diversas vitórias de candidatas negras nas eleições municipais foi “um questionamento sobre a representação também no campo progressista”.
Erika, por sua vez, fala em “mudança estrutural” e “quebra de paradigma” com as conquistas de assentos em Câmaras Municipais por mulheres negras.
“Chegamos a um número expressivo de mulheres negras, mostrando que a partir de um processo pedagógico da nossa luta, de conscientização de nossas bases, de chamar o povo pobre, preto e trabalhador pra o processo político, começamos a compreender a mudança na hora do voto”, disse.
As vereadoras eleitas também relembraram suas trajetórias e o início de suas vidas políticas.
Ativista dos Direitos Humanos, negra e transvestigênere, Erika foi expulsa de casa com 14 anos de idade, viveu nas ruas, sofreu com relacionamentos abusivos e episódios de prostituição. Reatada a relação com a família, ela retorna aos estudos e começa seu ativismo político lutando pelo reconhecimento de seu nome social.
Após ingressar no curso de Pedagogia na Universidade Federal de São Carlos, Erika luta pela fundação de um cursinho popular voltado para pessoas trans e travestis.
“É aí que começa meu ativismo junto ao movimento estudantil o que me leva, em 2018, a ser convidada pelo primeiro mandato coletivo do Estado de São Paulo, a Bancada Ativista, a integrar a candidatura e sou eleita à Alesp”, conta.
Já Laura, jovem negra de origem periférica, filha de uma trabalhadora doméstica e jornalista formada pela UFRGS, começa na política através do movimento estudantil e afirma que o impacto dos governos petistas foi fundamental para sua trajetória política.
“Apesar de muito jovem, pude acompanhar o diferencial dos governos populares no Brasil, o quanto a implementação de políticas públicas puderam alterar trajetórias e o quanto isso possibilitou a constituição de uma nova legião de atores políticos”, diz.
O programa
Todas as quintas-feiras, o fundador de Opera Mundi entrevista, ao vivo, uma personalidade da nova geração que está pautando a discussão política e cultural no país. O nome do programa, SUB40, vem a partir daí: uma conversa com as novas caras do debate público – aqueles com até 40 anos (ou um pouco mais) – para entender suas ideias e antecipar tendências.
Os espectadores também podem participar e fazer perguntas, por meio do chat do YouTube. As questões são selecionadas e feitas por Altman para o entrevistado.