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Ruggero Leoncavallo, compositor italiano, um dos principais expoentes do verismo na ópera como reação ante o romanticismo dominante de sua época, morre em Montecatini, Toscana, em 9 de agosto de 1919.
Filho de um juiz de direito, Leoncavallo nasceu em Nápoles em 23 de abril de 1857 e estudou no Conservatório di Musica San Pietro a Majella. Depois de alguns anos de estudo e ineficazes tentativas de obter a produção de mais de uma ópera, assistiu ao enorme sucesso de Pietro Mascagni em “Cavalleria Rusticana” em 1890. Não perdeu tempo na composição do seu próprio verismo, “I Pagliacci”.
“I Pagliacci” estreou estreou em Milão em 1892 com sucesso imediato. É o único trabalho de Leoncavallo no repertório padrão de ópera. A famosíssima ária “Vesti la giubba” foi gravada por Enrico Caruso e se transformou no primeiro registo discográfico do mundo a vender um milhão de cópias.
“I Medici” e “Chatterton” também foram levadas ao palco em Milão. Grande parte de Chatterton foi gravada pela Gramophone Company. No entanto, foi com “La Bohème”, encenada em 1897 em Veneza, que seu talento obteve consagração pública. As duas árias para tenor são algumas das preferidas em recitais musicais, especialmente na Itália.
Posteriormente compôs as óperas Zaza (1900), que marcou a despedida da famosa cantora Geraldine Farrar no Metropolitan Opera House de Nova York, e Der Roland Von Berlin (1904), de pouca repercussão. Obteve um breve sucesso em Zingari que estreou em Roma e Londres, em 1912. Zingari manteve-se por um bom tempo no Hypodrome Theatre.
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Após uma série de operetas, Leoncavallo, num último esforço, criou Edipo Re, mas morreu antes de terminar a orquestração, completada por Giovanni Pennacchio. Desde a década de 1970 esta ópera tem tido um número surpreendentemente elevado de representações, incluindo Roma (1972), Viena (1977) e Amsterdã (1998), bem como uma produção totalmente encenada no Teatro Regio di Torino, em Turim (2002).
Canção obrigatória no repertório dos grandes cantores, a famosa Mattinata foi por ele escrita para a Gramofone Company tendo Caruso em mente. Escreveu o libreto para a maioria das suas próprias óperas e é considerado o maior libretista italiano do seu tempo depois de Arrigo Boito. Importante foi ainda a sua contribuição para o libreto de Manon Lescaut de Giacomo Puccini.
Apresentação de “I Pagliacci” no teatro San Carlo, em 2011, em Nápoles
Em torno de 1890, quando “Cavalleria Rusticana” estreou, Leoncavallo era um compositor pouco conhecido. Depois de assistir ao seu enorme sucesso, decidiu escrever uma ópera no mesmo estilo verista. Seria também em um único ato: “I Paglacci”. Chegou a ser processado por plágio do libreto de Catulle Mendes, cuja obra datada de 1887 intitulava-se “La Femme de Tabarin” e que apresenta temas assemelhados ao “I Pagliacci”, em particular, ‘a obra dentro da obra’ e o palhaço que assassina sua mulher.
Em sua defesa, Leoncavallo afirmou que a trama da ópera se baseava numa história verdadeira por ele presenciada quando pequeno: um julgamento sobre assassinato a que seu pai tinha presidido. Ele afirmava possuir os documentos que alicerçavam suas alegações. Todavia, nenhuma dessas evidências jamais apareceu.
Hoje, a maior parte dos críticos concorda que o libreto se inspirou verdadeiramente na obra de Mendes, visto que Leoncavallo vivia em Paris na época de sua estreia e é provável que tenha assistido à peça “La Femme de Tabarin”.
Também nesta data:
1173 – É colocada a pedra fundamental da Torre de Pisa
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