Desde 1378, os antipapas de Avignon e os papas de Roma se opunham ferozmente uns aos outros e dividiam a Igreja. O clero tentava encontrar solução, como no curso do Concílio de Pisa em que um terceiro papa, Alexandre V, tinha sido eleito e iria suceder a João XXIII. Porém a unidade jamais se concretizou em torno dele e a Igreja, num dado momento, se viu diante de três soberanos. O impasse se tornou crítico e o imperador Sigismundo, do Sacro Império Romano Germânico, pressionou o papa de Pisa a organizar um novo concílio, o de Constança, em 1414. Finalmente, em 11 de novembro de 1417, Martinho V é eleito para o trono de Pedro e consegue reconstituir a unidade da Igreja.
Instalado em Avignon, França, desde 1309, o papa Gregório XI decide retornar a Roma em janeiro de 1377. Depois de sua partida, a cidade mergulhou numa profunda desordem social provocada pelas rivalidades das grandes famílias da nobreza. A situação de estabilizou parcialmente graças à intervenção do cardeal Albornoz, enviado pelo papa Inocêncio VI. Todavia, o papa Gregório XI morreria no ano seguinte ao seu regresso, o que daria nascimento ao Grande Cisma.
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Mapa retratando o grande Cisma da Igreja Católica: em rosa, os apoiadores de Avignon; em roxo, os obedientes a Roma
A pedido dos romanos, um papa italiano é eleito sob o nome de Urbano VI em 7 de abril de 1378. Sucede a Gregório XI quem decidira um ano antes restabelecer a sede do papado em Roma Contudo o novo soberano pontífice desgostou profundamente os cardeais franceses que, em 20 de setembro, elegem um novo papa, Clemente VII, quem se instala em Avignon. A Igreja se vê dividida entre os partidários de cada um dos pontífices. Suas mortes dariam lugar à eleição de dois novos papas que entrariam imediatamente em conflito um contra o outro.
De 1308 a 1378, os papas deixaram Roma para se fixarem em Avignon, sul da França, inaugurando um período designado por “Cativeiro de Avignon”. Nesta altura, a autoridade e o prestígio dos papas tinham decaído e, ao contrário dos séculos anteriores, não tinham autoridade para intervir nos assuntos da política internacional e nos negócios domésticos de cada um dos reinos.
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Papa Martinho V, que simbolizou a reconciliação católica
Após a morte de Gregório XI, o conclave formado por 16cardeais foi pressionado pelo povo que exigia um papa romano ou italiano. Foi eleito o arcebispo de Bari, que tomou o nome de Urbano VI. Em 9 de agosto de 1378, os cardeais assinaram um documento declarando a eleição nula e, em 20 de setembro, elegeram o cardeal de Genebra, que tomou o nome de Clemente VII. Ambos os papas se declararam legítimos e excomungaram-se mutuamente.
A Urbano VI sucederam Bonifácio IX (1389-1404), Inocêncio VII (1404-1406) e Gregório XII (1406-1415). A Clemente VII sucedeu Bento XIII (1406-1423). O mundo católico dividiu-se entre apoiadores de Urbano VI e os de Clemente VII, obedecendo às alianças políticas ditadas pela Guerra dos Cem Anos. Clemente VII foi apoiado pelos reinos da França, Nápoles e mais tarde por Castela, Aragão, Lorena e Escócia. O imperador da Alemanha, o rei da Inglaterra e o conde de Flandres apoiaram Urbano VI.
Outros fatos marcantes dessa data:
1821 – Nasce o escritor russo Fiodor Dostoiévski
1918 – Na França, é assinado armistício que marca o fim da I Guerra Mundial
1975 – Angola torna-se independente de Portugal
2004 – Morre Yasser Arafat, Nobel da Paz e líder da Autoridade Palestina
O Concílio de Pisa depôs os dois papas e elegeu Alexandre V (1409-1410) a quem sucedeu João XXIII (1410-1415). A deposição não foi aceita e, a partir de então, coexistiram três papas. Em 1414, no Concílio de Constança, foi finalmente restabelecida a unidade. João XXIII foi deposto e aceitou humildemente a decisão, Gregório XII abdicou voluntariamente e Bento XIII foi excomungado.
Em 1417 foi eleito Martinho V, que toda a Igreja reconheceu como sendo o legítimo papa. O sucessor de Bento XIII, Clemente VIII, renunciou e terminou assim definitivamente com o cisma.
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