O venezuelano Ilich Ramírez Sánchez, mais conhecido como “Carlos, o Chacal”, se queixou que o apoio manifestado pelo presidente de seu país, Hugo Chávez, não teve efeitos práticos no julgamento que enfrenta em Paris. Ele é acusado de participar de quatro atentados na França entre 1982 e 1983.
Em mensagem destinada ao presidente Chávez e divulgada nesta terça, o advogado de Carlos, Hani Suleiman, se queixou que o apoio dado pelo líder venezuelano não se traduziu em ajuda “à sua causa e nem a sua família”.
“Apesar do apoio moral e político que o presidente Hugo Chávez anunciou, a medida ainda não teve uma tradução eficaz (…) nem por parte dos responsáveis em Caracas nem no exterior”, lamentou Suleiman.
O advogado, por sua vez, se perguntou se essa falta de apoio não pode significar que “há pessoas no governo venezuelano que não querem ser fiéis aos princípios de Hugo Chávez (…) muito menos às suas doutrinas”.
Na última sexta-feira, Isabelle Coutant-Peyre, que além de ser advogada é casada com Carlos, declarou que deixaria o caso enquanto as autoridades venezuelanas não remunerassem os advogados do réu.
No entanto, nesta terça-feira, Isabelle voltou a se sentar nos bancos da defesa. A advogada antecipou que, nesta quarta-feira, um advogado venezuelano deverá desembarcar na França e, possivelmente, cumprir as promessas de Chávez.
“Carlos, o chacal” é acusado de cumplicidade no assassinato e destruição de propriedade com explosivos em quatro atentados cometidos na França em 1982 e 1983. De acordo com a acusação, o objetivo do venezuelano era obter a libertação de dois amigos, o suíço Bruno Breguet e a alemã Magdalena Kopp, sua companheira na época. Preso na França desde 1994, ele cumpre prisão perpétua pelo assassinato de três homens, dois deles agentes dos serviços secretos franceses, em 1975.
Nesta quarta-feira está prevista a alegação dos advogados de defesa, que provavelmente deverá se prolongar até quinta-feira. Em função de sua duração, a sentença deverá ser divulgada somente na sexta-feira.
NULL
NULL
NULL