O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou nesta terça-feira (07/05) que a eleição do brasileiro Roberto Azevêdo como novo diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio) “é o reflexo de uma ordem mundial em transformação”.
Patriota reconheceu em entrevista coletiva que a candidatura de Azevêdo se apoiou nos países emergentes, mas, segundo ele, também teve sustento no mundo desenvolvido.
Durante a fase de candidatura, houve “uma dinâmica com certas características Norte-Sul”, pelo apoio que os países desenvolvidos expressaram pelo outro adversário, o mexicano Herminio Blanco, e dos emergentes ao Brasil, segundo Patriota. No entanto, explicou que o respaldo ao candidato brasileiro “foi crescendo” e superou essa barreira geográfica fictícia que marca as diferenças entre os países em desenvolvimento e os mais ricos.
Segundo Patriota, nas últimas semanas representantes de alguns países que tinham anunciado seu respaldo a Herminio Blanco “esclareceram que não se opunham” à candidatura de Azevêdo, que a partir de agora “não será mais um diplomata brasileiro, mas um funcionário da OMC que trabalhará em favor do comércio mundial”.
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O chefe da diplomacia brasileira também expressou seu “reconhecimento ao México pela concorrência profissional e pela boa convivência nesse processo”.
Patriota explicou que o trio composto por Paquistão, Canadá e Suécia informou à diplomacia brasileira que a vitória de Azevêdo foi “inequívoca”, mas não esclareceu o número de votos que o candidato brasileiro recebeu entre os 159 membros da OMC.
De acordo com Patriota, um dos primeiros objetivos de Azevêdo no cargo no qual substituirá o francês Pascal Lamy será tentar reativar a Rodada de Doha, paralisada há mais de quatro anos.
Para isso, o ministro assegurou que Azevêdo “não necessita nenhum treino”, pois conhece a OMC por dentro devido à sua experiência como representante do Brasil nesse organismo desde 2008 e por sua especialização em comércio internacional.
Patriota apontou que, na tentativa de retomar a Rodada de Doha, Azevêdo conta obviamente com “todo o apoio e interesse do Brasil”, que confia que o assunto possa começar a ser discutido na 9ª Conferência da OMC, que será realizada em Bali em dezembro.