Uma nova manifestação envolvendo milhares de profissionais de saúde contra a privatização do setor na Comunidade Autônoma em Madri teve início neste domingo (19/05) nas ruas da capital espanhola.
Com o lema “saúde pública não se vende, se defende”, a marcha, convocada pela associação Mesdap (Mesa em Defesa da Saúde Pública de Madri), a “maré branca”, nome dado à essa mobilização que se reúne uma vez por mês (em referência à cor utilizada pelos participantes) partiu ao meio-dia local (7h no horário de Brasília) da Praça Netuno até chegar à Porta do Sol, rota habitual das manifestações na cidade.
Nesse local, eles exigiram a retirada dos pedidos de privatização de seis hospitais, feitos pela secretaria regional de saúde há duas semanas. Também criticaram a terceirização dos serviços de cozinha, lavanderia e limpeza; a integração do Instituto de Cardiologia com o Clínico; a terceirização dos serviços não-sanitários no hospital Puerta del Hierro; a extinção de 26 categorias profissionais e a transformação do hospital Carlos III em um centro de estadia temporária.
Além disso, no cenário geral do setor de saúde na região, o conjunto de medidas privatizantes para a região resultou na perda de, pelo menos, 2.500 empregos, entre jubilações, não renovação de cargos temporários e fechamentos de unidades de sáude, segundo o grupo sindical.
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Em comunicado, a Mesa classifica a situação de “fraude democrática” e que o setor está “contaminado por interesses partidários que provocam um saque nos madrilenhos”.
Ao protestos se somaram outros dois sindicatos que pretendem realizar uma jornadas de greve por semana. Da Porta do Sol, os grupos rumaram para a Praça Mayor.
Na semana passada, com o apoio de organizações como o 15-M e a organização Democracia Real Já, além do partido IU (Esquerda Unida), os manifestantes da “Maré Branca” colocaram centenas de urnas nas ruas para perguntar à população se ela estava satisfeita com a opção pela privatização da saúde. O resultado final foram 924.733 votos (ou 99,4% do total) a favor de “uma saúde pública, gratuita e de qualidade”. Para o conselheiro regional de saúde (cargo equivalente ao secretário estadual), esse resultado “não tem o mínimo valor”, e chamou a votação de “piada”.
A última “maré branca” foi realizada no dia 21 de abril, e reuniu cerca de 70 mil pessoas segundo a Associação para a Defesa da Saúde Pública; 40 a 50 mil segundo os sindicatos e 3.500 segundo a polícia. Já a última greve sanitária foi no último dia 7, que levaram ao cancelamento de 462 operações e 10.162 consultas segundo dados da Secretaria de Saúde.