O Departamento de Estado norte-americano confirmou nesta terça-feira (18/02) que foi notificado sobre a decisão da Venezuela de expulsar três funcionários consulares da embaixada dos EUA no país. Em comunicado, a porta-voz do órgão, Jen Psaki, criticou a postura de Caracas e acusou o governo Nicolás Maduro de “falta de seriedade” e “tentativa de desviar a atenção de suas próprias ações ao culpar os EUA”.
Maduro havia decidido no último domingo (16/02) que os três funcionários fossem declarados persona non grata pela Venezuela, determinando que deixassem o país em 48 horas. “Que vão conspirar em Washington e deixem a Venezuela tranquila”, dissera o chefe de Estado. Os EUA, por sua vez, negaram todas as acusações de que o país estivesse colaborando com a organização das manifestações antigoverno.
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Agência Efe
“Esses esforços refletem uma falta de seriedade por parte do governo venezuelano”, disse o Departamento de Estado norte-americano
“Assistimos diversas vezes o governo venezuelano tentar desviar as atenções de suas próprias ações culpando os Estados Unidos e outros membros da comunidade internacional por eventos ocorridos dentro da Venezuela. Esses esforços refletem uma falta de seriedade por parte do governo venezuelano ao lidar com a grave situação que o país enfrenta”, diz o comunicado do Departamento de Estado. [leia aqui a íntegra em inglês]
Washington argumenta ainda que as acusações contra os diplomatas norte-americanos são “falsas e infundadas”. “Nossos oficiais consulares estavam conduzindo atividades normais em universidades a respeito de vistos para estudantes, algo que fazemos ao redor do mundo como uma forma de melhorar a acessibilidade e a transparência dos procedimentos de visto”, argumentam os EUA.
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Exército venezuelano se pronuncia
O Exército venezuelano disse também hoje que “jamais” aceitará um governo que surja à margem de eleições e da Constituição do país.
“Jamais, ouçam bem, aceitaremos um governo que não surja pela via constitucional. Juntos iremos adiante nesta conjuntura que pretende ser uma emboscada para a qual gostariam de nos levar os inimigos da pátria”, disse a FANB (Força Armada Nacional Bolivariana) em comunicado lido na televisão pela ministra da Defesa, almirante Carmen Meléndez.
Em um discurso que informou sobre atividades militares de rotina, a almirante disse que “aproveitava a presença” dos integrantes do alto comando militar nacional sentados a seu lado para fazer o comunicado.
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“Nosso presidente constitucional e comandante-em-chefe, Nicolás Maduro, o povo e a FANB estamos trabalhando unidos, mais que nunca, e não permitiremos um cenário semelhante a 11 de abril de 2002”, ressaltou o comunicado, em alusão ao golpe de Estado que derrubou durante dois dias o presidente de então, Hugo Chávez.
O texto militar, cuja leitura foi saudada com o lema “Chávez vive” entoado pelos membros do alto comando, ressalta o “total apego” da FANB à Constituição e às leis, “as que de nenhuma maneira contemplam a tomada do poder político por outra via que não seja a expressão do soberano pela via eleitoral.
“Neste sentido, rejeitamos contundentemente as ações que violam a lei por parte de um setor apoiado de forma comprovada do exterior” que apelaram para a violência de forma “notória”, apesar de “alguns de seus líderes se referirem a protestos pacíficos”.
* Com informações da Agência Efe