O ministério da Defesa ucraniana ordenou neste domingo (02/03) que os comandantes militares colocassem em estado de alerta de combate em suas unidades em resposta ao pedido do presidente Vladimir Putin de intervenção militar russa na península autônoma da Crimeia. “Precisamos de um exército unido, necessitamos de ações coordenadas”, declarou o secretário do Conselho de Defesa da Ucrânia, Andrei Parubi, em Kiev.
Paralelamente, o presidente interino da Ucrânia, Aleksandr Turchinov, confirmou nesta manhã que as tropas russas bloqueiam unidades militares ucranianas na Crimeia. Ao lado do premiê, Arseni Yatseniuk, ele também anunciou que a Ucrânia fechou seu espaço aéreo para voos não comerciais. “O que querem os agressores é paralisar a economia da Ucrânia, provocar o caos social, o pânico”, afirmou Turchinov.
Efe
Presidente interino ucraniano Aleksandr Turchinov (esq) se reuniu com premiê Arseni Yatseniuk (dir) e com ministro da defesa, Igor Teniuk
Enquanto isso, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu que Putin envie suas forças de volta para suas bases e se abstenha de interferir em outras partes da Ucrânia. Após uma conversa telefônica de uma hora e meia entre os dois líderes políticos, Washington divulgou um comunicado em que classificou os acontecimentos das últimas horas na Crimeia como “uma clara violação da soberania e integridade territorial da Ucrânia por parte da Rússia”.
Obama também advertiu Putin sobre as consequências que tais ações podem trazer para a Rússia no panorama internacional, enfatizando que “a violação da lei internacional levará o país para um maior isolamento político e econômico”. Já o secretário de Estado americano, John Kerry, definiu a incursão militar russa como “um “incrível ato de agressão”, em entrevista à NBC neste domingo.
Efe
Placa com os dizeres “Putin stop” (“pare, Putin”) destaca-se da multidão de manifestantes contra russos que se reuniram hoje em Kiev
Cúpula do G8
Além disso, o presidente norte-americano anunciou que os EUA vão suspender sua participação nas reuniões preparatórias para a cúpula do G8. Os encontros estão previstos para os dias 4 e 5 de junho na cidade russa de Sochi – onde aconteceram os Jogos Olímpicos de Inverno no último mês.
Em represália às atitudes do Kremlin nos últimos dias, a França e o Reino Unido também declararam neste domingo que não vão participar da reunião, pois as medidas de Moscou são contraditórias com “os princípios e valores do espírito da cúpula”, segundo o chanceler francês Laurent Fabius, após reunião de urgência com o presidente François Hollande.
“Temos que reconhecer que a soberania e a integridade territorial da Ucrânia foram violadas e esta não pode ser a maneira de dirigir os assuntos internacionais”, afirmou o ministro de Relações Exteriores britânico, William Hague. Além desses países, também participam do G8 Alemanha, Canadá, Itália e Japão.
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