O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, acusou nesta segunda-feira (21/04) Kiev de não cumprir os acordos de Genebra, celebrados na última semana para tentar pôr fim à crise política da Ucrânia. De acordo com o chanceler, as autoridades no poder no país são as primeiras a transgredir o pacto.
“O acordo de Genebra não só não está sendo cumprido, mas se dão passos, em primeiro lugar por quem usurpou o poder em Kiev, que o transgridem flagrantemente”, disse o chefe da Chancelaria russa em entrevista coletiva, após se encontrar com o ministro de Relações Exteriores de Moçambique, Oldemiro Balói.
Agência Efe
Lavrov: Kiev já está descumprindo acordo firmado em Genebra para pôr fim à crise no país
Segundo Lavrov, o governo de Kiev se queixa do fato dos edifícios administrativos não terem sido desocupados, mas as autoridades ucranianas “não movimentaram um dedo para eliminar as verdadeiras causas desta profunda crise”.
Ele lembrou, ainda, que um dos pontos do acordo celebrado em Genebra é a anistia aos manifestantes presos em protestos. Lavrov, afirmou, no entanto, que as prisões continuam e atingem, inclusive, jornalistas. “Isto não pode deixar de causar indignação”, ressaltou o ministro russo, que ressaltou que o incidente armado em que três pessoas morreram, registrado na noite de Páscoa junto à cidade de Slaviansk, “excede todos os limites”.
“Não podem ou, talvez, não querem controlar os extremistas, que seguem mandando (no país)”, disse o ministro russo em alusão a uma suposta incapacidade do governo de Kiev de conter os ultranacionalistas.
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Isolamento impossível
De acordo com Lavrov, “as tentativas de isolar a Federação Russa não levarão a lugar algum, já que é impossível isolar a Rússia do resto do mundo”. “Antes de nos apresentar ultimatos e nos ameaçar com sanções se não cumprirmos algo em dois ou três dias, nós chamaríamos nossos parceiros norte-americanos a tomar consciência de sua responsabilidade por aqueles que ajudaram a chegar ao poder em Kiev”, ressaltou.
O chefe da diplomacia russa acusou Washington de proteger o governo de Kiev e de “fazer vista grossa perante as arbitrariedades deste regime e dos guerrilheiros em que o mesmo se apoia”.
Sobre a situação dos cidadãos de língua russa no sudeste da Ucrânia, Lavrov disse que “cada vez se ouvem mais e mais chamadas de ajuda contra todos os tipos de abusos”.
“Trata-se de uma situação muito complexa”, afirmou, ressaltando que Moscou “não só vai condenar, mas também atuar” contra a política daqueles que “buscam suscitar uma guerra civil pensando, pelo visto, em provocar um grande e sangrento conflito”.
(*) Com Efe