Realizadas no domingo (25/05), as eleições presidenciais na Colômbia foram o principal destaque desta semana em Opera Mundi. No pleito, o candidato do Centro Democrático, Óscar Iván Zuluaga, foi o mais votado, com 29,27% dos votos, seguido de perto pelo presidente Juan Manuel Santos, com 25,63%. Sob a bandeira de “defensor da paz”, o atual presidente e Zuluaga, afilhado do ex-presidente Álvaro Uribe, disputarão a presidência em um segundo turno programado para o próximo dia 15 de junho.
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Candidato uribista, Zuluaga declarou que iria acabar com os diálogos de paz, mas mudou de ideia dois dias depois
A jornada eleitoral se caracterizou pela tranquilidade, sem incidentes graves. No entanto, o país passa por uma série de escândalos, como as acusações de espionagem, a controvérsia entre os candidatos a respeito dos Diálogos de Paz com as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e o fantasma da expectativa de alto índice de abstenção no pleito.
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Na terça (27/05), as FARC completaram 50 anos de existência, tornando-se a guerrilha mais antiga das Américas ainda em atividade. O grupo foi criado em 27 de maio de 1964, após um ataque do Exército colombiano contra a região de Marquetália, onde camponeses armados desenvolviam uma zona independente do Estado.
Já na quinta (29/05), Zuluaga disse que, se vencer no dia 15 de junho, continuará as conversas de paz com as FARC. O candidato uribista voltou atrás na sua proposta de segunda (26/05), quando ele havia dito que suspenderia temporariamente os diálogos e proporia penas de seis anos para os ex-guerrilheiros.
Pleito na Ucrânia
Após seis meses de protestos e instabilidade em todo o país, a Ucrânia escolheu no domingo (25/05) o magnata ucraniano Petro Poroshenko – conhecido como o “rei do chocolate” por ser dono de uma indústria de doces e bombons – para ser o novo presidente, incumbido de tentar garantir a unidade territorial do país. Além da anexação da Crimeia à Rússia, cidades das regiões sul e leste realizaram em maio referendos por mais autonomia e reivindicam a criação de repúblicas autônomas.
Contudo, um dia após a vitória de Petro Poroshenko ter sido confirmada, a violência aumentou na região de Donetsk. Poroshenko já havia informado que a operação antiterrorista no leste da Ucrânia continuaria, o que foi confirmado pelo vice-primeiro-ministro, Vitali Yarema. “Prosseguiremos com a operação até que em território da Ucrânia não fique nem um só terrorista”, afirmou.
Apesar disso, o chanceler da Rússia, Serguei Lavrov, disse que Moscou está disposto a conversar com o recém-eleito mandatário ucraniano. As lideranças da região separatista de Donetsk também mostraram disposição para dialogar com as novas autoridades de Kiev.
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Políticas de combate ao terrorismo
Um assunto que chamou atenção foi o discurso dado pelo presidente dos EUA, Barack Obama, nesta semana. Depois de anunciar os planos de retirada total do Afeganistão até 2016, Obama colocou em segundo plano intervenções bélicas ostensivas e unilaterais, defendendo o uso da diplomacia e de parceiras estratégicas com nações amigas. “Está na hora de virarmos a página na era em que os EUA se dedicavam muito à política internacional no Iraque e no Afeganistão”, declarou o presidente Obama, na terça-feira (27/05) na Casa Branca.
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Governo de Barack Obama deve deixar quase 10 mil militares no Afeganistão a partir de 2015
Embora tenha sublinhado que o “terrorismo” continua sendo a mais direta ameaça ao país, Obama disse na quarta (28/05) que a estratégia deve mudar. O maior perigo não vem mais de uma Al Qaeda centralizada, e sim de suas filiais espalhadas pelo mundo, que têm agendas próprias e focadas nos países em que operam, sustentou o presidente.
Paralelamente, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse no mesmo dia que os Estados Unidos vão criar um fundo “antiterrorista” internacional de US$ 5 bilhões que Washington pretende criar para financiar aliados.
Avanço dos eurocéticos
Outro tema em pauta foram as eleições para o Parlamento Europeu. Os resultados do pleito do domingo (26/05) indicam que o Partido Popular Europeu (PPE), grupo de centro-direita, seguirá sendo a afiliação política com mais deputados em Bruxelas. Eles terão que conviver, porém, com mais representantes eurocéticos, que obtiveram resultados expressivos na França, Reino Unido e Alemanha.
No caso da França, o partido de extrema-direita Front National (Frente Nacional, FN) foi o grande vencedor, superando agremiações tradicionais e alcançando 25% dos votos. Em 2009, na última eleição, o FN havia conseguido 6,3% dos votos. Tal resultado preocupou os franceses, resultando em manifestos em diversas cidades no país contra a onda “ultra-direitista”.